sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Telegrama







This is the CENTRAL SCRUTINIZER . . . Joe has just worked himself into an imaginary frenzy during the fade-out of his imaginary song . . . He begins to feel depressed now. He knows the end is near. He has realized at last that imaginary guitar notes and imaginary vocals exist only in the imagination of The Imaginer . . . and . . . ultimately, who gives a fuck anyway? . . . So . . . So . . . Excuse me . . . Ha ha ha! Mm-mh . . . So . . . Ha ha ha . . . Ha ha ha! Who gives a fuck anyway? So he goes back to his ugly little room and quietly dreams his last imaginary guitar solo . . .

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

domingo, 27 de novembro de 2011

Achados





a)Silvio Cadelo

Ilustrador italiano, desenhista de quadrinhos. Antes de ir para os quadrinhos, foi ator, profissional de publicidade e designer industrial. Trabalhou em revistas como a Linus, Alter e a Frigidaire. Na França, trabalhou com Jodorowsky em dois livros, 'Le Dieu Jaloux' e 'L'Ange Carnivore', duas histórias inacabadas que foram mais tarde reimpressas e concluídas como 'La Saga d'Alandor' (Informações retiradas da Lambiek). Segundo o Wikipedia, aconteceram desentendimentos entre Cadelo e a história foi interrompida. Quem conhece a história percebe alguns "remendos" na conclusão.

Eu o conheci através desta série repleto de seres absolutamente estranhos.

Ainda hoje, passados tantos anos, ainda são as criaturas mais alienígenas que já vi, no sentido de serem MUITO diferentes. Seres com duas cabeças, apêndices cranianos, um único braço para dois antebraços, cabeças espalhadas pelo corpo, assassinas de três seios e um único braço, uma lepra que acrescenta membros e cabeças... Depois conheci Envie De Chien e o estranho Saci Amarelo hermafrodita (Com duas coxas que se juntam em um pé). E ainda assim harmoniosos, com uma "beleza" própria, muito diferente das criaturas alienígenas hollywoodianas. Vão muito além de orelhas pontudas e aspecto reptiliano. Posso estar maluco, mas me remeteram ao pintor medieval holandês Hieronymus Bosch.

As imagens vieram do "The Mafu Cage". O site oficial de Cadelo (que também colaborou em games) é ESTE (on français).


b)Fotos bizarras em preto e branco.

Como por exemplo, ESTA.

Black and WTF?

(Via Neatorama)


c) Mike, a galinha sem cabeça.

Esta galinha viveu por 18 meses sem a maior parte da cabeça. Apesar de muitos a considerarem uma fraude, a ave foi levada a uma universidade que atestou a veracidade do caso. Eu conhecia a história através da revista Mundo Estranho, mas esta é primeira vez que esbarro numa foto do bicho.


Acredite... se quiser
.


d)Dilemas da Genética AQUI

Palavras de Mayana Zatz, coordenadora do Centro de Estudos do Genoma Humana, ligado ao Instituto de Biociências da USP. Trecho:

Quem não deve...

Se você é apontado como pai de uma criança e se recusa a fornecer seu DNA, é automaticamente considerado, por lei, pai dela. O que se advoga para defender essa ideia? A proteção da criança. Ela tem direito a ter um pai e a ter um suporte financeiro vindo dele. Ao mesmo tempo, outra lei estabelece que um suspeito de crime pode se recusar a fornecer seu DNA por não querer dar provas que talvez sejam usadas contra ele. Minha pergunta é: será que não deveria valer a mesma lei, ou seja, se a pessoa se recusa a fornecer o DNA, não deveria ser suspeita do crime? Nesse mesmo sentido, não deveríamos nos preocupar em defender a sociedade? Eu, por exemplo, não tenho nenhum problema em fazer um teste de bafômetro quando estiver dirigindo. Você pode ter certeza de que eu vou passar no teste. A pessoa que está sendo investigada e não tem culpa no cartório não vai se preocupar com a investigação do DNA porque não vão encontrar material genético dela na cena do crime.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Telegrama






“Você publicou seu primeiro livro em 1974. Lá se vão mais de 35 anos de poesia. Poesia não dá retorno financeiro algum. Muitas vezes, nem sequer prestígio, nada. Então, que tipo de energia faz com que uma pessoa se dedique a poesia durante tanto tempo?

É uma energia essencial, difícil de descrever. Na verdade, é a única realidade que conheço. Outro dia a minha mulher ficou indignada porque eu disse a ela que entre as cinco pessoas mais importantes da minha vida uma delas é Shakespeare. Ela ficou indignada. Não compreendia. Ele é fundamental pra minha vida, me sustentou emocionalmente em vários momentos, me fez revelações extraordinárias. Esse elenco de vozes com as quais a gente caminha, e a nossa própria voz que vai sendo construída numa relação crítica , ou no endosso ou na demolição desses gurus que nos antecedem, isso é a única coisa fundamental.




(Final da entrevista que o poeta Geraldo Carneiro deu a Ademir Assunção, na revista Coyote nº22. Abaixo um poema dele:)









bazar de espantos

eu não tenho palavras, exceto duas
ou três que me acompanham desde sempre
desde que me desentendo por gente,
nas priscas eras em que era eu mesmo.
agora sou uma espécie de arremedo,
despido das minhas divinaturas.
já não me atrevo ao ego sum qui sum.
guardo no entanto em meu bazar de espantos
a palavra esplendor, a palavra fúria,
às vezes até me arrisco à palavra amor,
mesmo sabendo por trás de suas plumas
a improvável semântica das brumas
o rastro irremediável de outro verso
ou quem sabe a sintaxe do universo


(Geraldo Carneiro, 2006)




(Obra do artista Kumi Yamashita, via Le Zèbre Bleu)

domingo, 20 de novembro de 2011

Escadas


Nº14: Desconcerto



O altofalante emite dois toques anunciando a voz do condutor da composição. Próxima estação, tal.

(João escuta música em seus fones de ouvido)



O trem é um modelo dos anos 70, logo será substituído por um destes novos, com televisão, ar condicionado e mais espaço para se espremer em pé. Do escuro do túnel chegam rangidos de freios, soa doloroso, o peso das toneladas sobre os trilhos emite estrondos, passadas de gigante, marteladas. Todos ao redor adultos urbanos civilizados, indiferentes à canção grotesca cotidiana.

(João está concentrado no setlist. Agora é Life on Mars, Bowie)



Na tal estação, moedas tilintam pelo chão e interrompem Maria por um momento, até que outros auxiliem a senhora diante da bilheteria. Ela continua seu caminho, passa pela catraca, também um modelo antigo, logo trocarão por outro tipo, mais difícil de burlar. A borboleta gira com força, bate ao final de sua volta com uma pancada surda. Maria pisa sobre o degrau da escada rolante, o corrimão de borracha corre – literalmente – criando um murmúrio próprio. Dentro da máquina, as engrenagens batem em um ritmo cardíaco. Ela desce os degraus, apressada, escuta a aproximação do trem e não quer perdê-lo.
(Maria não usa fones)



Porém ainda há outro lance para vencer e não dará tempo. Pois quem estava na plataforma já ouviu. Ouviu o silêncio do túnel se cobrir pelo sopro das correntes empurradas pela composição, ouviu o vento velejando nas orelhas, a brisa sugerindo horizontes e mares na memória e não tumbas de concreto. Depois escutou o trinado da linha na promessa do trem, o grito histérico das rodas, a passagem cadenciada dos vagões em baixa velocidade, assovios, suspiros e chiados, água fria jogada em chapa quente, e as portas automáticas se abrem, ao correr rodopiante de carretilhas ocultas.

(João desembarca. Agora é Tocando em Frente, Almir Sater, quase acabando)



As pessoas viajam em seus mundinhos particulares, não escutam os passos dos passageiros, pequenas conversas, um choro de bebê, um espirro mais ali. A multidão reduz velocidade quando se aglomera diante da escadaria, as solas dos pés chiam no chão aguardando sua vez de subí-la. E chiam novamente sobre os degraus, cada qual em seu compasso, mas ao ouvido soa um único chocalho calmo.
(Maria gosta de música, como todo mundo, mas não a todo momento)



Ela para de correr, um pouco porque o trem embaixo já emitiu o sinal de fechamento das portas, outro tanto porque os passageiros se esparramam a frente e eliminam qualquer chance de corrida. Maria conforma-se, mas bufa um muxoxo entre lamento e revolta. Desce um novo lance de escada rolante, e distrai-se com o rebanho em passo de marcha mansa, quase uma invasão tranquila avançando sobre a escadaria ao lado. Maria observa João, seu rosto lhe é familiar, mas o contexto errado atrapalha o reconhecimento.
(João, por sua vez, está em Save Tonight, Eagle Eye Cherry e os acordes transportam a ele e a seu humor para outro patamar, se ele tivesse pedais, aceleraria saltaria nuvens)



Maria se recorda de João, tempos de colégio, namoros imaginados que nunca se realizaram, e lhe pareceu um sinal, um sinal de como as coisas deveriam ser.

(Pois, algo, para ser especial, precisa ser raro)



Ela se volta e grita “João, João”, mas ele segue reto, sem olhar para trás, embalado na canção. Maria ficou parada ao pé da escada vendo-o subir, cogita uma outra tentativa, suportando a mistura de vergonha e humilhação.

(Mas o sentimento ainda seria pior se ela se soubesse trocada pelo Eagle Eye Cherry, um reles irmão de Neneh Cherry, um nome bisonho como Olho de Águia Cereja, um sueco que fez duas ou três músicas que prestam, mas que jamais será o Abba, alguém tão vendido que tocou até no Big Brother Brasil. Porém, poderia ser outro: Asa de Águia, Brahms, Cole Porter ou a Mona Lisa, que pessoa, carne-pêlos-osso-vagina, quer ser trocada por este tipo de abstração?)



Maria desiste, está atrasada para a audição e, afinal, são outros tempos. Tempos de ir em frente.

(Antes era agora ou nunca, anote agora meu número, fique, não se vá, antes era "Sinal Fechado" ou "A Lista" agora é o que estiver no MP3 ou simplesmente “Que se dane, depois passo um recado no Orkut”.


Ou no Facebook: os tempos continuam mudando.)










(foto: escada do Convento de Cristo (Tomar))

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Telegrama


Fahrenheit 451




Las flores que nos regalaban se cuidaban solas o se estropeaban. Depende de quién trajera nuestro regalo a casa. la gente nos sonreía o disimulaba sin ninguna gracia, los brazos se nos juntaron para ser algo más grande que el universo. Ahora, las cosas no van tan bien, podríamos decir que todo huele. Casi todas las personas buenas que me rodeaban eran la peor basura que puedas tirar. Cerdos ignorantes sois unos hijos de puta. Lo siento no puedo evitarlo, verdad que no puedo evitarlo.

Algunos me aconsejaban que me rindiera o que me callara, yo era el dedo en el culo de todo aquel que me cruzaba. Los días iban pasando y todavía tu me negabas. Litros llenos de mierda, no me miraban ni a la cara. Pero ahora, para ellos no está tan bien, también podríamos decir que es una pena. Que casi todas las personas buenas que me rodeaban eran la peor basura que puedas tirar. Cerdos ignorantes sois unos hijos de puta. Lo siento no puedo evitarlo, verdad que no puedo evitarlo. Cerdos ignorantes sois unos hijos de puta. Lo siento no puedo evitarlo, verdad que no puedo evitarlo.

Si alguno que escuche esto le sienta mal o le quemaba, que sepa que yo no opino, que solo cuento lo que pasaba. Si no puede aguantarlo, que piense un poco que esto se aclara. Si no te gusta esta letra tenemos guerra declarada.




(letra do espanhol Ivan Ferreiro; gostei da letra, mas não da música; entretanto, o clip compensa uma espiada. Foto? via o amendrontador Kalyuga)

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Achados





a)ICONOGRAFIA ZOOLOGICA

Coleção de gravuras do século XIX, que reúne várias coleções pertencentes às bibliotecas da Sociedade Real Zoológica Holandesa. Além destas gravuras, há muitas outras impressões de outras publicações dos séculos XVII, XVIII e XIX. Quase 20 mil destas obras estão disponíveis neste LINK, no Memory of Netherlands (vr em inglês).

Informações VIA Bibliodissey.

b)Pra quem está procurando um "clima".

The Art of Memory

Lists for memory, research for making movies, melancholia

Algumas postagem de interesse "sonoplástico":
-Perseguição de carros em Bullit;
-Drowned by voices;
-Time, rhythm and editing (Tarkovsky).
-Imagens do filme "Aprili"(1961), de Otar Iosseliani


c)Um bom site com ilustrações: The Mafu Cage. As imagens acima vieram de lá e pertencem a um sujeito chamado Gabriel Moreno.

d)O lado B dos BRICS

Você ainda lembra - ou sabe - o que é um Lado B? Não?De todo modo, segue análise de Gilson Schwartz sobre as esperanças e as desesperanças depositadas sobre os "gigantes" periféricos e populosos que salvariam a economia do planeta.

Trecho:

"Já se gastaram rios de tinta e papel em provas e contraprovas da existência ou resistência da ideia de BRIcs – Brasil, Rússia, Índia, china e África do sul – como próximos gigantes no desenvolvimento econômico do mundo.

O ícone assume a forma de uma sigla que aparentemente facilita o planejamento e a tomada de decisões em um complexo contexto de incertezas conectadas por redes digitais que tiram sentido à própria noção de espaço.

Enquanto os mercados ficam desnorteados, a fuga é fingir que as fronteiras sumiram, o espaço derreteu e as nações se reinventam pela força ou pelo delírio. assim surgiu também a ilusão de um descolamento (decoupling), que seria a fé nos países periféricos e mais populosos como âncora na resistência à crise global.

“Monstros” como China ou Brasil assumiriam a liderança de uma recuperação que a cada rodada na espiral do desgoverno revela-se como especulação precoce.

Nesse contexto de mistificação, um exercício saudável é olhar o lado B dos BRIcs. "

(...)

"Quem olhar para as várias reuniões de cúpula promovidas por governos dos BRICS nos últimos anos rapidamente perceberá que eles podem ter muitos aspectos econômicos que induzem à crença no seu potencial econômico, mas não têm um discurso comum. Não votam juntos na ONU, nem no FMI. Não compartilham projetos políticos, sociais ou culturais. São apenas um monstro sem voz, um Golem a serviço da especulação que a cada rodada da crise se agarra a um ícone para evitar o pior."

Texto completo AQUI, na Revista Select de setembro de 2011. Boa revista.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Telegrama






As árvores todas todinhas vão pif.
as rochas todas todinhas vão paf.
a natureza toda todinha puf.

Os carinhas todos todinhos vão pif.
as minas todas todinhas vão paf.
o casamento todo todinho puf.

Os eslavos todos todinhos vão pif.
os judeus todos todinhos vão paf.
a Rússia toda todinha puf.

(início de outubro de 1929)





Tradução de Reiners Terron para poema de Daniil Kharms. Imagem... esqueci.

Complemento:
Outras histórias de Daniil Kharms, em inglês, AQUI, via Coisas do Arco da Velha

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

la nuova decrepitezza







Gostou da piada? É ilegal, mas é boa... No meu tempo, ria-se HAHAHA. Hoje, só se vê é KKKKK. Este mundo está perdido... Mas eu aderi. Se há uma regra que vale desde sempre é a de não se perder sozinho. Para você, isto é óbvio (aprendem na escola). Mas no meu tempo, não. A gente queria ser diferente... sozinho. Era legal naquela época. A maconha não, esta era ilegal. Era da planta. Tinha que queimar. Era menos perigoso do que parece. Não vinha em pílulas. Comida pequena para gente pequena. Eu me lembro, você não. Você estava no saco do saco do meu espermatozoide. Eu me lembro das festas. Funcionava de outro jeito: você tinha amigos, você ia. Não precisava pagar. Não era networking. A gente só falava merda, não tinha interesse. Éramos puros, puros feito cocaína. Não, não tinha anúncio. Existia um botão chamado BRILHO, você mexia nele e deixava tudo preto ou tudo claro, de doer a vista. O telefone era de disco. Tinha um fio todo enrolado, era uma mola mole. Tínhamos livros. Tínhamos tablets. Tínhamos cavalos. Era tudo diferente. Lembro do relógio-cuco, do mata-borrão, do bug do milênio. No Carnaval, eles se fantasiaram de torres. Eram duas caixas compridas cobertas de papel alumínio. No alto, penduraram uns aviões de plástico e uns bonequinhos. Jogamos bombinhas dentro das caixas, eles ficaram putos. A gente tinha cada cada ideia. Inventaram um negócio chamado flash mob. Eu era criança, mas tinha chip, então me deixaram ir em alguns. Acho que tenho um JPEG. Não abre, também é incompatível. Mas eu lembro. Num, nós nos vestimos de capa amarela de chuva e gritávamos HURRA para cada automóvel que passava. Noutro, nós nos espalhamos pela estação e brincamos de estátua por dois minutos. Teve uma vez que queimamos um dorminhoco. Depois, pintamos nossas caras e derrubamos um presidente. Ou uma ditadura. Ou foi o contrário? Não lembro mais. Quer dizer, lembro sim. Lembro que deu para comer muita mulher. Não, não é piada.








(.imagem DAQUI. Se o italiano estiver errado, avisem)

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Telegrama



O mellow my dreams you've gone away

O empty belly it's good to see you

O my dreams of these quiet people

O you and me dancing on my grave.



But oh lord, I know what I've done

And oh lord, I ain't afraid.



Hold me baby, cause your eyes are

Hold me baby, cuase your eyes are

The prettiest eyes I've ever seen in my life, honey we're bound for the night.



O mellow my son you've gone away

O empty belly it's time to feed you

O my future with these quiet people

O you and me dancing on your grave.



But oh lord, I know what I've done

And oh lord, I ain't afraid.



Hold me baby, cause your eyes are

Hold me baby, cause your eyes are

The prettiest eyes I've ever seen in my life, honey we're bound for the night.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Achados




a)
Bruxas Sexys

A ilustração acima é de Ren Wicks (Bathing Witch) e veio deste blog cheio de Bruxas Sexys, inventadas e verdadeiras.


b)Ian Fleming & Raymond Chandler


Ian Fleming criou James Bond. Frio e com nervos de aço. Umberto Eco é fã de Bond. Dele não posso afirmar muito, exceto o que vi pelos óculos do Eco. Raymond Chandler criou Philip Marlowe. Um detetive durão, nervos de aço, mas de coração mole. Um é inglês. Outro é norte-americano. De Chandler, li muita coisa.

Os dois conversaram em 57. Eu sabia da conversa mas nunca vi legendado. Agora, pra facilitar, transcrito dentro desta revista eletrônica. Se não conseguir abrir o PDF na página, use o download Aqui (Está na edição número 6, página 30)




c)O Decálogo da Criatividade, via o fantástico Cinismo Ilustrado.



d)Steinberg, no Mundo Fantasmo
, de Braulio Tavares:

"Esta é apenas uma das muitas magias do Rei do Traço, o romeno que por ser judeu teve que fugir da Europa e buscar refúgio nos EUA, onde se tornou um dos mais famosos ilustradores e capistas da revista The New Yorker. Conheci o trabalho dele nos anos iniciais do Pasquim, quando Millor Fernandes, Ziraldo e outros reproduziam seus desenhos e entoavam alalaôs ao mestre. Mestre deles, virou mestre meu também; mesmo quem não é desenhista pode absorver da linha enxuta de Steinberg alguma coisa para sua escrita, assim como um músico pode lucrar o mesmo para o seu piano (eu diria que foi o caso de Erik Satie, se um não fosse tão anterior ao outro) e até um jogador de futebol pode usar algo em seu trato com a bola. (Eu diria que Sócrates, Zidane e Paulo Henrique Ganso têm momentos verdadeiramente steinberguianos.)"

Telegrama



Battle Hymn

(Faith and the Muse)


The clash of worlds is at hand.
I am the first. I am the last.
The passage has occurred.
I am the knowing. I am the lost.
I am the honored. I am the scorned.

Look to the Guardian of the cautious West
The White Tiger preys the autumn winds
Eyes pierce the hidden world
Claws cut like Virtue’s sword

Look to the Guardian from the North Abyss
The Black Serpent carries winter’s kiss
The frozen earth like a snake that sleeps
A thousand years and the gift of speech

The clash of worlds is at hand.
I am the first. I am the last.
The passage has occurred.
I am the knowing. I am the lost.
I am the honored. I am the scorned.

Look to the Guardian of the ancient East
The Blue Dragon forges Spring’s release
Reigning shower and the soul of rain
The forest sprouts to life again

Look to the Guardian soaring from the South
The Red Bird lost phoenix from the fire
Knowledge fortune all seed’s source
Song soothes all hallowed force

The clash of worlds is at hand.
That where Divinity in the tiniest things
Meets disregard, flat denial, dogma, or the wretched mistaking.
Dominion -
The wholesale merchandising of a belief
That sells sickness -
Born to sleepers,
The unnatural seems Natural,
It is slow death
Waking from this world,
When the Truth is veiled…
Is there no choice but to breathe in?
Sleep?

The clash of worlds is at hand.
I am the first and the last.
The passage has occurred.
I am the knowing. I am the lost.
I am the honored. I am the scorned.

The clash of worlds is at hand.
I am the first and the last.
The passage has occurred.
I am the knowing. I am the lost.
I am the honored and the scorned.

I am the first and the last.
I am the honored and the scorned.
I am the honored and the scorned.




(Via Witch Mountain e visite o blog Cabinet of Curiosities)

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

cérebro







Como todos, você nasceu em uma gaiola. Seus cabelos são brancos, brancos demais para alguém tão novo. Você é bem-alimentado e toda sua família está lá, no mesmo presídio. Pelas grades, você escuta as pequenas conversas, fofocas, os gritos das crianças, as brigas, os partos, as mortes. Ouvem-se fodas, você imagina se são os seus pais ou seus irmãos. Logo você terá sua vez, pode ser sua prima, sua irmã. Nesta noite, você sonha com arranhas-céus verdes e helicópteros ameaçadores. Você nasceu em uma gaiola, mas está bem-alimentado e pode se exercitar e periodicamente o retiram para realizar exames. Nestes momentos, pode acontecer um carinho. Ainda assim, luta com os irmãos e irmãs, os derrotados encolhidos em um canto, cabeça baixa, olhando a paisagem entre as grades. Você só sabe que é noite quando todos se vão e apagam o sol. Restam estrelas verdes e vermelhas no horizonte e vocês cantam histórias antigas sobre planícies e abóbadas celestes, sobre a morte vinda dos céus e do chão, sobre o outono e o inverno e sobreviver. Mesmo sem querer, você conclui que este é o paraíso. Pelo menos até a injeção de agentes bacterianos. Sem placebos, apenas como controle do outro grupo de cobaias.










(Streptococus. Imagem daqui. )

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Achados




a)Zoo Born

Um site que compila nascimentos de filhotes de vários zoológicos pelo mundo. Fofura à enésima potência.

(Via Coisas do Arco da Velha)

b)Brinquedos inapropriados a crianças.

In many ways the standards of kids products have improved dramatically over the decades (sometimes it’s hard to believe that lawn darts were a thing). But even though we’re more (or less) on the ball these days when it comes to safety, we’ve kind of let things slide in terms of tact. Kids toys, clothing and accessories today range from ridiculous to completely inappropriate. In many cases the lines become blurred between real products and spoofs—and sometimes the real products are even more absurd than the spoofs. Check out these inappropriate kids products (some of which are not actually for kids) and see if you can spot the difference.

Desde que bonecas cujos seios "incham" até estranhos bichos atropelados de pelúcia.


c)Ilustrações de Contos de Fadas por Charles James Folkard (6 April 1878 – 26 February 1963)

Pinóquio e outras coisas, aqui via Monster Brains

d)Criaturas Mitológicas da Sérvia

Destaque: Lobisomem Ciclóptico. Também via Monster Brains, o melhor blog especializado em monstros da paróquia.

e)Uma história (mais ou menos) antiga.

Já ouviram falar da Make-a-Wish (Realize um desejo)? É uma fundação que se dedica a realizar desejos de crianças que sofrem de doenças graves e terminais. Eu não sei bem como funciona, mas existe no Brasil, aceita doações e etc. Boa ideia.

Em 1996, entretanto, uma destas "crianças" (Erik, um adolescente de 17 anos com um tumor cerebral) teve a seguinte ideia para seu "desejo": caçar e matar um urso. Provocou o furor dos ambientalistas. Notícia AQUI, do NY Times. Nunca soube, entretanto, se ele realmente conseguiu.

Bom, pra postar esta história aqui, decidi pesquisar um pouco.

Descobri que Erik conseguiu patrocínio para seu desejo e matou o tal urso (A história não estava em um link de notícias, mas parece fidedigna, já digo porque). Meses mais tarde, o garoto estava tão morto quanto o urso. Entretanto, a polêmica gerada fez com que a fundação Make-a-Wish decidisse não bancar mais este tipo de coisa.

O que fez surgir uma outra entidade, que procura atender as vontades destas crianças. É sério: olhem aqui Hunt of Lifetime.Org

sábado, 1 de outubro de 2011

Telegramas

Tempo de ir na Vinte e Cinco



a)Lista de Compras (1982)

(Amado Batista)

Que saudade daqueles tempos
Tempos que não voltam mais
Eu era um garotinho seu namoradinho
Amigo de seus pais,
e hoje já estou crescido
sou o seu marido és minha mulher,
acabou-se a alegria
brigar todo dia é o que você quer,
Se trabalho até mais tarde,
chego cansado em casa
Você diz que estou te traindo
e por mim não pôe a sua mão na brasa,
Neste dia certamente não como na mesa
e olhe lá,
conhecendo sua natureza com toda certeza durmo no sofá
Quando chega o fim de semana,
fico em casa para descansar,
uma lista de um metro ou mais
você traz para me mostrar,
E me diz que esta faltando o gás o arroz e o café o açucar e o feijão,
sal pimenta malagueta, tomate pepino e também pimentão,
farinha óleo sabonete bombril rabanete jiló e sabão,
banana abacate laranja ovos de granja e até limão,
desodorante e pasta de dente, uma borracha prá panela de pressão,
um tênis pra Mariazinha uma botininha para o Sebastião,
os livros da Antonieta e uma chupeta para o caçulão,
e assim vai seguindo a lista e o bolso do artista sem nem um tostão.


b)Na Massa (2009?)

(Adriana Partimpim / composição: Arnaldo Antunes)


Vai de mon amour
Blusa de abajur
Óculos escuros apaziguando o sol
No domingo a caminho da praça
Óculos Ray Ban
Raio de tupã
No pulso pulseira
No corpo collant
Mostra a pele pelo rasgo da calça

Pode ser de farda ou fralda
Arrastando o véu da cauda
Jóia de bijuteria
Lantejoula e purpurina
Manto de garrafa PET
Tatuagem de chiclete
De coroa ou de cocar
Pode se misturar

Na massa
Tá massa
Na massa
some com a massa
Sai de chafariz
Bico de verniz
Saia de safári sorriso de miss
Camiseta de Che Guevara

Plástico metal

Árvore de Natal
De biquíni xale bata ou avental
E uma pinta pintada na cara

Pode vir de esporte ou gala
De uniforme com medalha
Braço cheio de pacote
Nada debaixo do short
Transbordando seu decote
Gargantilha no gangote
Segue a moda de ninguém
Usa o que lhe convém

Vai de my cherri
Vai de mon amour
Vai de bem-me-quer

Vai do que vier

Na massa
Tá massa

Na massa
Mexe com a massa

Anda de abadá
Dança o bragadá
Turbante importado lá de Bagdá
Fantasia de anjo sem asa

Sola de pneu
Todo mundo é eu
Roupa de princesa em pele de plebeu
No passeio de volta pra casa

Passa de cabelo moicano
Ou com lenço de cigano
México chapéu cabana
Capacete de bacana
De sarongue ou de batina
Tanga de miçanga fina
Moda tem a sua só
Passo de carimbó

Na massa
Na massa
Na massa
Some na massa

Tá massa
Na massa
Boca sino e mocassim
Na massa
Some na Massa

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Escadas






Nº12: Gif



Um relógio tremelicava seus ponteiros. Um homem na bilheteria deixara cair moedas. Os centavos desapareciam no voo antes do chão, e então tudo, moedas e homem regressavam a posição anterior. Uma senhora ajeitava continuamente os óculos perante o mapa ao redor da estação. Outro teclava um número infinito no aparelho celular. Um casal, o homem de boné levava a bolsa das fraldas e mamadeiras, a mulher de cabelo preso, carregava com cuidado um bebê em um cobertor de pelinho. Aproximei-me para ver se os bebês daquele tempo eram parecidos com os nossos. Achamos engraçado, eram cabeludos e despenteados. Um dos novos divertia-se numa parede, tentava pichar o próprio nome sobre o concreto, mas o próprio tempo se encarregava de apagar suas marcas, deixando-a sempre lisa, como estava entre aqueles centésimos de segundos.

O professor nos chamou. Mal prestávamos atenção nele, ainda fascinados com aquele sítio paleocivilizado, nem precisávamos, poderíamos baixar aquela aula numa outra hora, isto contaria deméritos no final do ciclo, mas tudo bem, quem quer ouvir explicações? Era nossa primeira excursão. Inicialmente, nos relembrou porque nosso passeio seria impraticável em um momento cravado, em um segundo congelado: seríamos incapazes de se movimentar ou respirar, a atmosfera e suas moléculas não abririam espaço para nossa presença. A escuridão seria total, pois nossos olhos precisam dos fótons refletidos continuamente sobre as retinas. Precisávamos perambular entre aqueles instantes, o que fazia as pessoas se mexerem naquela dança boba, entre um passo e outro, dizendo e desdizendo, inspirando e expirando. E continuou com outros detalhes chatos que só iríamos utilizar se nos tornássemos engenheiros de crononavegação ou compiladores historiográficos. E quem quer penar com salário mixaria...?

-Valendo pontos: alguém arriscaria um palpite para determinar QUANDO estamos? – perguntou o professor à classe. A bagunça parou, ficamos quietos, olhando para os pés. Apenas o mais bajulador dentre nós, o queridinho do Professor, sugeriu que (pelo material e pela ausência de sol) estávamos em um abrigo antinuclear das Guerras Aquíferas ou numa estação de transporte coletivo. O professor sorriu e completou sua resposta, realmente uma estação de transporte de trens METRO-politanos, do latim metrópole, que por sua vez, veio da junção de duas palavras gregas métra, que significa matriz, útero, ventre e pólis, cidade.

-De certa forma, é por isto que estamos aqui.

Descemos as escadas. Este pedia que não mexêssemos nas pessoas, embaladas naquele tempo dobrado. Era tentador e, esquecendo ou desencanando da constante filmagem de nosso comportamento, levantamos as saias de uma mulher, como quem levanta e baixa uma cortina. O gordo, sempre pensando em comida, chegou perto de outro mastigando algo. Insistiu mas não conseguiu arrancar o pão de queijo da mão daquele. Difícil não se divertir com aqueles estranhos e seus movimentos ridículos e repetitivos. Talvez, no fluxo normal dos segundos, aquilo fosse suave e discreto, mas para nós eram pulsos frenéticos de alguém eletrocutado. Não sei se eram feios ou bonitos. Eram esquisitos.


Antes da plataforma e da composição, havia uma escadaria, separada por uma mureta. De um lado, degraus metálicos; d´outro, paleoconcreto. Demoramos a entender que uma delas se movia. Descemos pela maior até um homem. Ele também aprisionado entre instantes, mas aparentava serenidade. Seus gestos não eram abruptos, talvez fosse esta a explicação. O rapaz estava em pé, apenas sua cabeça se movia acompanhava a moça. Depois da mureta, indo em sentido contrário, estava uma mulher. O olhar dos dois movia-se ligeiramente e de novo e de novo e de novo. Deveria ser um tique enervante como o dos demais. Mas não era.

O professor nos explicou que neste dia eles se conheceram. Que nos momentos seguintes, ele correria atrás dela e conversariam. Que as pessoas ainda se reproduziam e não eram como nós, dependentes dos bancos paleogenômicos. Bancos que começaram a ser desenvolvidos naquele tempo de pouca radiação. Que ela tinha um problema físico que os obrigou a fazer inseminação artificial. Que naquele tempo, ao contrário do nosso, o clima era ameno e o ar respirável. Nossos cromossomos vieram dali, daqueles improváveis Adão e Eva. Éramos todos irmãos, filhos daquele sangue antigo, daqueles nossos velhos jovens pais, os pais de todos os clones e iríamos repovoar o planeta.














(Fonte imagem Villantine)

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Telegrama



Postado pelo italiano Shivabel no YouTube: Ilustrações de Contos de Fadas pelo inglês Arthur Rackham

(Texto de Shivabel em inglês)

The Fairy world of Arthur Rackham (1867-1939). Rackham was born in London as one of 12 children. At the age of 18, he worked as a clerk at the Westminster Fire Office and began studying part-time at the Lambeth School of Art. In 1892 he quit his job and started working for The Westminster Budget as a reporter and illustrator. His first book illustrations were published in 1893 in To the Other Side by Thomas Rhodes, but his first serious commission was in 1894 for The Dolly Dialogues, the collected sketches of Anthony Hope, who later went on to write The Prisoner of Zenda. Book illustrating then became Rackham's career for the rest of his life.
In 1903 he married Edyth Starkie, with whom he had one daughter, Barbara, in 1908. Rackham won a gold medal at the Milan International Exhibition in 1906 and another one at the Barcelona International Exposition in 1912. His works were included in numerous exhibitions, including one at the Louvre in Paris in 1914. Arthur Rackham died 1939 of cancer in his home in Limpsfield, Surrey.

Music by Pachelbel, 'Canon'

Achados

Gustaf Tenggreen

O Gato de Botas











Gustaf foi diretor artístico dos estúdios Disney a partir de 1936. Daí os estudos para a produção de Pinóquio. Imagens via ESTA postagem do ótimo blog francês "Illustrateurs" sobre ilustradores.


Falando em coisas antigas, que tal este "Museu dos Objetos Obsoletos" com pequenos vídeos ensinando para que serviam e como proceder com utensílios já-não-tão-úteis.

Link AQUI. Via PIX.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Telegramas

Creep (Radiohead) - Scala & Kolacny Brothers from Alex Heller on Vimeo.




Creep
(Radiohead)

When you were here before,
Couldn't look you in the eye.
You're just like an angel,
Your skin makes me cry.
You float like a feather,
In a beautiful world
I wish I was special,
You're so fucking special.

But I'm a creep, I'm a weirdo.
What the hell am I doing here?
I don't belong here.

I don't care if it hurts,
I wanna have control.
I want a perfect body,
I want a perfect soul.
I want you to notice,
When I'm not around.
You're so fucking special,
I wish I was special.

But I'm a creep, I'm a weirdo.
What the hell am I doing here?
I don't belong here

She's running out again,
She's running,
She run, run, run, run, run.

Whatever makes you happy,
Whatever you want.
You're so fucking special,
I wish I was special,

But I'm a creep, I'm a weirdo.
What the hell am I doing here?
I don't belong here,
I don't belong here.

(vídeo Via o Mundo de K)

domingo, 11 de setembro de 2011

Achados





Seria interessante você primeiro jogar o jogo. Mas faça o que quiser. Eu não mando em você e nem você tem que me obedecer.

a) Um Not-Game

Depois do jogo baixar, clique espaço.

Use fone

Baseado no que houve durante o regime de Pol Pot no Camboja.

(Via - salvo engano - SuperPunch)

b)"A Onda" e "A Terceira Onda" (1967)

Lembro de ter assistido, quando criança, a um filme chamado "A Onda" (Provavelmente na Sessão da Tarde). A ideia deste filme parece ter sido mais "forte" que a história ou a trama. Dizia-se que era baseado em fatos reais e descrevia um... "Experimento" que pretendia demonstrar aos alunos de uma escola como o fascismo transformara as pessoas. A tal "experiência" começou a dar sinais de possuir vida própria e antes que saísse de controle o professor a interrompeu. O filme está disponível pelo youtube... dublado, inclusive.

Sei que houve uma refilmagem, desta vez se passava na Alemanha nos tempos atuais. Não assisti a este. Porém, amigos mais jovens me falaram deste, não sei se foi um filme recomendado por professores ou coisa assim.

Curioso, decidi dar uma espiada e descobri que os fatos reais inspiradores da história aconteceram durante uma semana em abril de 1967 e não foi documentado com exatidão. Apenas nove anos depois, a história foi contada. Em 1981, a história foi adaptada para um romance infanto-juvenil.

A história ficou bastante similar àquele filme de 1981: Diante da dificuldade dos alunos de entender como as pessoas na Alemanha se "deixaram levar" pelas ideias totalitárias, um professor de história decidiu realizar um "experimento" que logo saiu do controle. Ele iniciou um movimento chamado de "Terceira Onda" - uma referência não ao livro de Alvin Toffler (que aliás nem existia), mas a ideia que a terceira de uma série de ondas seria a maior e mais forte - que obteve "sucesso" em um período de tempo absurdamente curto.

Além dos verbetes do Wikipedia, existe um site sobre aquela semana de abril de 1967, com artigos e relatos dos envolvidos. Dê uma espiada.

c)Experimento de Obediência de Milgram
(1961)

Um outro experimento psicológico famoso foi levado adiante por Stanley Milgram (1933-1984). Neste experimento (citado na minissérie em quadrinhos Watchmen), os voluntários deveriam fazer algumas perguntas a outros participantes. A cada resposta incorreta, deveriam ministrar choques elétricos, cada vez mais fortes. (Segundo Alan Moore) Muitos continuaram a provocar estes choques mesmo depois de acreditarem que os sujeitos estavam mortos.

O que os voluntários desconheciam é que as tais "vítimas" não sofriam nenhuma descarga elétrica: a orientação do psicólogo é que deveriam simular dor. Dois terços dos que ligava as correntes elétricas não hesitaram em provocar os choques.

Existe bastante material em português sobre o assunto. E um vídeo em inglês (fácil de decifrar, agora sabendo da história) com uma recriação moderna do experimento para um documentário britânico de TV. Doloroso. Aqui e ali, outro documentário sobre o assunto, mas do Horizon.

d)A Prisão de Stanford (1971)

Já o experimento da Prisão de Standford (The Stanford Prison Experiment) foi levado adiante na Universidade de Standford pelo psicólogo Phillip C. Zimbardo. Ele deu uma entrevista sobre o assunto na última edição da (nº224) Mente e Cérebro , na qual afirmou: "Stanley Milgram me abraçou e disse: Obrigado por ter tirado um peso das minhas costas ao apresentar um estudo ainda mais antiético que o meu!"

(cá entre nós, pelas fotografias, Zimbardo realmente tem cara de vilão de HQ ou de séries de TV)

Estudantes voluntários foram divididos aleatoriamente em papéis de "carcereiros" e "prisioneiros". A ideia era estudar as dinâmicas e como os grupos se comportariam e se confrontariam. O próprio Zimbardo passou a se comportar mais como "Diretor" de presídio do que um cientista. Os "carcereiros" passaram a exercer seu papel de forma tão brutal que, seis dias depois de iniciado, o experimento foi suspenso.

Como a coisa se deu (e entrevistas com psicólogos, "carcereiros" e "prisioneiros") em um artigo eletrônico da própria Stanford (Via Neatorama). Encontrei este documentário da BBC sobre o assunto.

Também fizeram um filme sobre o assunto.

e)Piada de Aleister Crowley

"Aleister Crowley conta uma piada que, dizem, se entendida, tornará a magia clara como o dia"



Dois homens dividem uma cabine durante uma viagem de trem. Eles não se conhecem. Um deles tem uma caixa com pequenos furos na tampa e de vez em quando olha pelos buracos e parece conversar com o que há dentro. Curioso, o segundo homem pergunta que animal o outro leva na caixa.

-É uma fuinha.

-Uma fuinha...? Esperaria um cachorro, até mesmo um gato ou um coelho. Mas uma fuinha é um animal bastante incomum para possuir. Perdoe a intromissão, mas de onde vem sua relação com o animal?

O primeiro homem encolhe os ombros e então responde,
-Veja, na verdade, é um drama familiar... Mas creio que posso confiar na sua discrição: esta história triste é sobre meu irmão mais velho. Ele sempre foi um problema para nós, envolvido desde cedo com bebidas... O vício o derrubou de tal forma que agora ele vive em delirius tremens, vendo cobras e serpentes por todos os lados.

-Mas... não entendo. Estas serpentes são frutos de uma ilusão; de que adianta uma fuinha contra cobras imaginárias... ?

-Ora meu amigo... A fuinha também é imaginária.




(Não está lá muito engraçada para uma piada, mas o "estilo" foi apropriada da história de Promethea de onde eu a extraí.)

Voltando ao game do item "a".









O que você fez?



(Imagem VIA)

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

agosto a setembro





“O ser humano não enlouquece pelas guerras, catástrofes, desastres, epidemias; o cadarço que arrebenta todo dia na hora de amarrar os sapatos isto sim enlouquece o ser humano.”, disse certa vez um grande homem[1].

Quem respira sabe, para viver é necessário inspiração. Empenhei a vida na confecção de um cadarço resistente. Cadarço ou atacador, nada mais que uma forma simplificada de corda. A corda, nada mais que um rolo de fibras. As fibras, nada mais que materiais muito finos e alongados. Estes fios numa trança transversal e longitudinal, de forma a criar força através de sua reunião. Suas pontas podem ser chamadas de pontas- de-cadarço, ponteiras, aguilhas, agulhetas, uroboleta, unhas-dos-fios, rabos-de-capeta.

Estudei os fios e os fiapos, o cabo de aço e a teia de aranha. Investiguei a biologia do sisal e do algodão, e o método pelo qual os povos pré-colombianos teciam seus mantos. Da Amazônia, trouxe pés de cipoeira-brava, de liana-vermelha, figueira de sete caudas, plantei-os em vasos do meu apartamento. Pelo meu quarto voejam borboletas e mariposas nascidos em minha coleção de casulos de seda. Na mesa da cozinha, experimentei os diversos nós possíveis e os encadeamentos pelos buracos, a quantidade adequada de buracos, cheguei a 118 formas de entrelaçar, das quais selecionei 25, entre elas o nó direto, o francês, o corrediço, o zigue-zague americano, a volta do fiel, o ostromo e o górdio. Na área de serviço, criei amostras caseiras de polímeros, do poliéster, da poliamida, da policarbamida, do poliuretano elastomérico. Descobri casualmente a decomposição das diaminas pelos raios ultravioleta quando esqueci as fibras no varal. Cheguei perto, muito perto.

O grande homem envelheceu. Agora aposentado, caminhava todo final de tarde pelo calçadão. Faz bem ao coração; para a cabeça, faz bem olhar a bundinha geralmente inalcançável das adolescentes. Ele sentado no banco parecia um senhor comum. Fazia frio naquela tarde, a praia meio deserta, e eu me aproximei reverente. O grande homem continuava sendo grande, mesmo velho, gordo, acomodado e pelancudo, mesmo na esperada ausência de grandeza. Contei-lhe meu projeto, como me inspirara, como me dera um objetivo.

O grande (velho, gordo, acomodado e pelancudo) homem riu. Primeiro, lembrou que as pessoas têm forças e disposições diferentes; aquilo que era resistente para uma, não seria para todas. Segundo, de que valeria um cadarço indestrutível se não o fossem os aros por onde ele se entrelaça ou as ponteiras que os reúnem? Terceiro, o custo de um atacador inquebrantável jamais poderia ser superior ao do próprio sapato. Quarto, e aqueles que andam de chinelos e enlouquecem ao se soltar as tiras? Quinto, criaram o velcro e hoje o homem enlouquece por não mais se arrebentarem os cadarços. Escutei tudo com atenção. Até ele terminar, o sol havia se posto e as ondas batiam nas pedras. Era dia de semana, estava frio. Eu o estrangulei com meu protótipo. Conforme esperado, funcionou à contento.





In virgine mulieres et fugitivi et compediti
Em Virgem, as mulheres, os fugitivos e aqueles que têm os pés atados

(39, 10) Satiricon, Petronius
[2]


[1] Se não me engano, a frase original é do Bukowski

[2] Este conto não teria sido construído sem o generoso auxílio do google










(.)

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

o medo







Baixaram uma lei proibindo os animais no circo. Não houve um clamor público em favor da classe dos domadores, nem mesmo defenderam os mansos, que, sem lugar para viver, foram encaminhados a zoológicos pelo interior ou abandonados em terrenos baldios e quintais, elefantes, macacos, ursos, tigres e leões revirando lixo. Apenas os cavalos tiveram melhor sorte e foram encaminhados ao circuito de Rodeios, este devidamente defendido por Deputados Distritais da Associação de Peões e Vaqueiros do Centro-Oeste.

O circo bem que tentou sobreviver com os equilibristas, os malabaristas, trapezistas, palhaços, a mulher gorda, o mágico e todos os demais heróis do entretenimento mambembe. Porém, o Ministério do Lazer e Diversões só oficializou um cenário que há muito se insinuava. Observem: primeiro, a Mulher Gorda mereceu a visita do Associação de Defesa dos Ampliados Horizontalmente. Em seguida, os Anões foram levados pelo Grupo de Assistência dos Portadores do Nanismo (Apelidados, que ninguém nos ouça, de Confederação dos Jogadores de Pebolim). Os malabaristas barrados por não terem registro na Ordem Federal dos Malabaristas. Os contorcionistas emigraram para outros países, mais flexíveis no Código de Segurança no Trabalho. Inclusive os palhaços... Desistiram de romper a barreira dos displays luminosos nas mãos da pequena plateia a brincar com joguinhos coloridos. Foram deixando o circo, à medida que passavam em concursos públicos ou assumiam cargos eletivos.

Restou uma família de equilibristas. Esticaram uma corda entre dois paus na praça da rodoviária e se apresentavam ali. Não havia lona e se arriscavam sob as ventanias e a teimosia dos pombos que ali descansavam. Durava uns cinco minutos e só. O menino recolhia moedas numa cartola velha.

Hoje não estão mais lá. Não se sabe bem o que rolou, apareceu o marido da outra, puxou a arma e disparou lá em cima. O pai caiu que nem passarinho. A mãe largou a vida de artista e lava e passa para pagar a educação dos filhos, que vivem sozinho no barraco perto do rio.

O filho tem medo de sair de casa. Ele diz que o mundo virou corda bamba.



(B.Baruq)



(Imagem DAQUI, de Jon Rafman, um artista que coletou fotos do Google Street View. Explicações AQUI)

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Telegrama

Road to nowhere




Well we know where we're going, but we dont know where we've been
and we know what we're knowing, but we can't say what we've seen
and we're not little children, and we know what we want
and the future is certain, give us time to work it out

yeah

we're on a road to nowhere, come on inside
we'll take that ride to nowhere, we'll take that ride
feeling ok this morning, and you know
we're on a road to paradise, here we go, here we go

we're on a ride to nowhere, come on inside
taking that ride to nowhere, we'll take that ride
maybe you want me while i'm here, i dont care
even when time isnt on our side, i'll take you there, take you there

we're on a road to nowhere
we're on a road to nowhere
we're on a road to nowhere

there's a city in my mind so come on and take the ride, and it´s all right,
baby it´s all right

and it´s very far away, but it´s going day by day and it´s all right,
baby it´s all right

would you like to come along? you can help me sing this song and it´s all right,
baby it´s all right

they can tell you what to do, oh God they'll make a fool of you, and it´s all right, baby it´s all right

there's a city in my mind so come on and take the ride, and it´s all right,
baby it´s all right

and it´s very far away, but it´s going day by day and it´s all right,
baby it´s all right

would you like to come along? you can help me sing this song and it´s all right, baby it´s all right

they can tell you what to do, oh God they'll make a fool of you,and it´s all right, baby it´s all right

we're on a road to nowhere
we're on a road to nowhere
we're on a road to nowhere
we're on a road to nowhere

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Achados


(Imagem de Phil Kirkland, via 50 Watts)


a)Como seria a Terra, se ela tivesse anéis como Saturno?
Em inglês, AQUI. Mas há um video como o anel seria visto de lugares diferentes pelo mundo: Equador, Rio, Paris, Austrália, etc. (Via Neatorama)

Neste ótimo blog de "biologia especulativa", o Furahan Biology, algumas considerações e especulações sobre a influência dos anéis sobre o clima, baseado no quadrinho de Bourgeon e Lacroix, o Ciclo de Cyann (Acho que chegou a sair em Portugal, cito de memória). AQUI e AQUI


b)Bons links pra investigar as mentiradas que a gente vê na Internet
Em inglês, tem o Snopes E, em português: o Quatro Cantos


c)50 Watts
Via o Coisas ("Parece impossível mas há gente que ainda não conhece o 50 Watts, o ex-A Journey Round My Skull.") do Arco da Velha

d)A Vida é um Espasmo Cósmico no Sopro do Universo
Visita ao Palácio Subterrâneo do LSD de Gordon Todd Skinner


Strippers góticas e de rosto meigo, agentes duplos, sequestro, gênios da química, ciúmes, paranoia, um antigo silo de mísseis servindo de fábrica de LSD... Uma história policial hiperrealista. Via Vice.

e)Farra dos Remédios

Ainda sobre drogas, mas desta vez as "legais" nem tão legais assim. Leiam na Piauí deste mês (nº59) o artigo "A Epidemia de Doença Mental", escrito pela médica e escritora Marcia Angell (originalmente para a New York Review of Books).

Trecho:

"
Quando se descobriu que as drogas psicoativas afetam os níveis de neurotransmissores, surgiu a teoria de que a causa da doença mental é uma anormalidade na concentração cerebral desses elementos químicos, a qual é combatida pelo medicamento apropriado.

Por exemplo: como o Thorazine diminui os níveis de dopamina no cérebro, postulou-se que psicoses como esquizofrenia são causadas por excesso de dopamina. Ou então: tendo em vista que alguns antidepressivos aumentam os níveis do neurotransmissor chamado serotonina, defendeu-se que a depressão é causada por escassez de serotonina. Antidepressivos como o Prozac ou o Celexa impedem a reabsorção de serotonina pelos neurônios que a liberam, e assim ela permanece mais nas sinapses e ativa outros neurônios. Desse modo, em vez de desenvolver um medicamento para tratar uma anormalidade, uma anormalidade foi postulada para se adequar a um medicamento.

Trata-se de uma grande pirueta lógica (...). Era perfeitamente possível que as drogas que afetam os níveis dos neurotransmissores pudessem aliviar os sintomas, mesmo que os neurotransmissores não tivessem nada a ver com a doença. (...) [Seguindo este princípio,] se poderia dizer que as febres são causadas pela escassez de aspirina.

Mas o principal problema com essa teoria é que, após décadas tentando prová-la, os pesquisadores ainda estão de mãos vazias. (...) Antes do tratamento, a função dos neurotransmissores parece ser normal nas pessoas com doença mental. (...) Antes do tratamento, os pacientes diagnosticados com depressão, esquizofrenia e outros transtornos psiquiátricos não sofrem nenhum "desequilíbrio químico". No entanto, depois que uma pessoa passa a tomar medicação psiquiátrica, que perturba a mecânica normal de uma via neuronal, seu cérebro começa a funcionar... anormalmente.
"

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Telegrama




Poema em linha reta

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.



(Pintura: Nirvana, de Taner Ceylan)

domingo, 14 de agosto de 2011

Achados




Dilemas de pais


a)O Império da Verdade, por Bráulio Tavares

Trecho:

"Corolário: existem verdades factuais (coisas concretas que aconteceram e que podem ser comprovadas por testemunhas independentes), verdades intelectuais (coisas que, argumentadas, fazem sentido, mas existem apenas no plano das idéias e não podem ter comprovação material, nem precisam) e verdades afetivas, as mais difíceis de definir, mas que exercem talvez a maior pressão sobre as decisões que tomamos."


b)Brás Cubas e o gene do amadurecimento precoce, por Joca Reiners Terron

Trecho:

"Com a mudança hormonal, minha filha também mudou de hábitos. A principal mudança está relacionada ao uso do celular. Se antes ela atendia minhas ligações, agora não as atende mais. O diálogo secou, murchou, virou uma estática interrompida por interjeições monossilábicas pelas quais cobram 1 real o minuto. É um preço caro demais, esse.

Outros hábitos, entretanto, se mantêm. Um deles é a leitura de livros adiantados à sua faixa etária. O único culpado dessas leituras antecipadas sou eu, e acho justo que seja justamente eu a pagar o pato da incomunicabilidade atual.

Ao adiantar as leituras da Julia, eu me rebelava contra a chatice dos livros que lhe eram impostos na escola. Ao mesmo tempo, sem saber, inventava o chip que lhe extirparia a inocência. É claro que ler livros inadequados para uma determinada idade fornece apenas, digamos, o arcabouço teórico da existência, pois a dor prática sempre bate alguns palmos abaixo de onde fica o cérebro."


c)Pequenas Trapaças, por Aldo Quiroga

Trecho:

"Desde sempre temos um pacto por aqui: as coisas devem ser ditas como elas são. Claro que as adaptações se fazem necessárias, seja pela idade dos pequenos, seja pelo adiantado da hora. Mas o que chamo aqui de “pequenas trapaças” aparece em questões que não são aquelas vitais, que formarão o caráter. São aquelas coisas que tem mais a ver com a nossa sobrevivência."




(Imagem - via Caprichos de Cómic - Frederik Peeters. Segundo Raquel Cozer, Peeters será publicado no Brasil pela editora Tordesilhas, ilustrando o quadrinho Castelo de Areia. Mas ainda não é Blue Pills - conta a história de seu relacionamento com uma garota soropositivo nem Lupus, um "road movie" interplanetário.)