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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Telegramas

Creep (Radiohead) - Scala & Kolacny Brothers from Alex Heller on Vimeo.




Creep
(Radiohead)

When you were here before,
Couldn't look you in the eye.
You're just like an angel,
Your skin makes me cry.
You float like a feather,
In a beautiful world
I wish I was special,
You're so fucking special.

But I'm a creep, I'm a weirdo.
What the hell am I doing here?
I don't belong here.

I don't care if it hurts,
I wanna have control.
I want a perfect body,
I want a perfect soul.
I want you to notice,
When I'm not around.
You're so fucking special,
I wish I was special.

But I'm a creep, I'm a weirdo.
What the hell am I doing here?
I don't belong here

She's running out again,
She's running,
She run, run, run, run, run.

Whatever makes you happy,
Whatever you want.
You're so fucking special,
I wish I was special,

But I'm a creep, I'm a weirdo.
What the hell am I doing here?
I don't belong here,
I don't belong here.

(vídeo Via o Mundo de K)

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Telegrama


Réquiem por Ruth Handler

Morreu ontem a mãe da Barbie,
a boneca adolescente. À semelhança de
Atena, Barbie saiu armada dum
cérebro, não divino, mas industrioso,
com a longa cabeleira e a azúlea mirada.

Morreu a mãe da Barbie, a filha
que nunca será órfã, pequeno duende
de sutiã 38 e de 33 polegadas
de altura. Trinta e três polegadas
multidesejantes de sonho
anatomicamente impossível.

Morreu a mãe da Barbie, que
faz balé, esqui, patins em linha e
todos os desportos radicais e tem
um namorado elegante que jamais
a trairá e amigos tão anatomicamente
imperfeitos como ela.

Morreu a mãe da Barbie, que vai
a todas as festas com muitos
vestidos de gala e enegreceu
há uns anos, qual Naomi Campbell, para
ser consumida pela boa
consciência racial do Ocidente.

Morreu a mãe da Barbie, que jamais
a viu, assim anatomicamente imutável,
padecer de uma gravidez adolescente.
A Barbie é sabida e deve ter tido educação
sexual. Que fará ela com o Ken
no regresso de tantas festas?

Nem paixão nem desgosto nem fome
ou uma boa sova dos adultos alteram
a sua fábula de plástico, muito menos
fabulosa do que a de Branca de Neve ou a
da Bela Adormecida, onde existiam
humanas bruxas, vencidas maldições
e príncipes que davam beijos para acordar.

Morreu a mãe da Barbie, cedo demais
para inventar uma Barbie de burka,
ou com explosivos escondidos no cinto. No
fim da vida continuava a vender milhões
de próteses mamárias, na seqüência da sua
própria mastectomia. Coisas sem brilho,
impossíveis de acontecer
à Barbie.

(poesia da portuguesa Inês Lourenço, graças ao livro Axis Mundi, de Nelson de Oliveira)