segunda-feira, 29 de março de 2010

Achados



a)William Snyder



Minie Mouse, Três Patetas, Capitão Gancho, figuras fantasiadas, mulheres nuas são os temas de William Snyder.
Algumas informações AQUI, mas o que vale a pena é este TRIBUTO, mantido pelo neto do Sr. Snyder.


b)CHELSEA GREENE LEWYTA

Ilustração "Supermonster"de Chelsea Green Lewyta... Confira ainda aqui e aqui.

Via o ótimo site de arte e ilustração catalão (não é a cidade goiana) 40Fakes.


c)III Encontro Prática de Escrita: leituras, feitura e publicação



Os Encontros "Prática de Escrita"

Coordenação: Claudio Brites e Nelson de Oliveira
Apoio: Espaço Terracota e Universidade Cruzeiro do Sul
Local de realização: Campus Liberdade da Universidade Cruzeiro do Sul - Rua São Joaquim, 868
Quando: Sábado – 10/04 - das 9h30 às 16h
Entrada gratuita... Mas existe o limite do número de vagas. Serão 50 vagas para as duas mesas da manhã e 15 vagas em cada uma das oficinas.

Para realizar a sua inscrição mande um e-mail para contato@terracotaeditora.com.br, com o assunto Inscrição III Encontro, e no corpo do e-mail coloque os seguintes dados:
Nome; Data de nascimento; CPF; Endereço completo; CEP; Telefone para contato; Horário em que quer participar do evento (pode ser nos dois, sim); E, se for participar de uma oficina, qual.

E aguarde o e-mail de confirmação.

As inscrições vão até o dia 7 de abril.

PROGRAMAÇÃO

9h30 - Conferência de Abertura: A prática literária de Milton Hatoum
Convidado: Milton Hatoum
Mediação: Nelson de Oliveira e Eric Novello

11h – Mesa redonda: Ficção de Gênero no Brasil: com a palavra os editores.
Convidados: Adriano Piazzi (Aleph), Douglas Reis ( Devir), Richard Diegues (Tarja), Erick Santos (Draco)
Mediação: Roberto de Sousa Causo e Nelson de Oliveira

12h30 – Parada para o almoço

14h às 16h – Oficinas literárias: 15 vagas cada

O conto e o erótico – Marne Lúcio Guedes

O diálogo: entre prosa e teatro– Luís Marra

O conto de ficção científica: muito mais que ambientação – Nelson de Oliveira

O suspiro do haikai – Edson Cruz

Fazendo mistério: a narrativa policial – Sérgio Pereira Couto

segunda-feira, 22 de março de 2010

Zerografia





As gêmeas Olsen (? – 1907)




Dentre as diversas atrações dos espetáculos circenses do século XIX que vagavam pelo interior dos Estados Unidos, uma das mais inesperadas era a presença das irmãs Taureias, Maria Ida e Mariana Adamanteia (é). Segundo os cartazes, Taureias (ê) seriam filhas de Centauros e Sereias; porém não dispunham de partes bestiais [1]. O nome verdadeiro delas evidenciava a origem latino-americana ou mediterrânea. Entretanto, adotaram o sobrenome artístico e escandinavo de “Irmãs Maria Ida e Mariana Olsen”. Para ilustrar sua imagem nos cartazes, usavam uma figura de Rainha de Copas, as tranças cor de feno unidas em um complicado nó central de inspiração mística. Sem dinheiro para as entradas, você talvez espiasse através de um buraco na lona. E então veria as duas. Embora apresentassem quatro membros, todos eram braços: elas não tinham pernas; quatro seios, mas faltavam as bundas; duas cabeças, ausência de culote e quadril e nenhuma vagina. Onde o ventre de uma terminava iniciava o da outra. Elas remetiam àquela serpente de duas cabeças, feita apenas de começos. O espetáculo delas tinha conotações eróticas: quando uma levantava a saia, lá estava a outra, de cabeça para baixo sob a primeira. E então, esta se virava e assim por diante, dando várias cambalhotas de tal forma que o público já não sabia mais onde era em cima ou em baixo. Vai ver, nem elas sabiam. Cantavam em um idioma crioulo misturando sueco, russo, norueguês, espanhol e nahuatl. Ao fim da música, elas tiravam as saias, deixando apenas os corpetes, sobre uma silhueta de poucas curvas. Os velhos vaqueiros ficavam loucos ao ver as duas se sucedendo e sacavam seus revólveres e disparavam para o alto. O apresentador interrompia o tiroteio: mãos abertas e cartucheiras na cintura. Só depois de cessados os tiros, cheiro de pólvora pelo ar, chamava ao palco “El Comanche Borracho”. Surgia então um homem barrigudo em trajes indígenas. As vaias iniciais eram substituídas por risos quando os espectadores percebiam que o homem estava bêbado[2]. Prendiam as duas a uma roda e esta era colocada em movimento. O apresentador pedia silêncio: o número era perigoso e exigia uma grande concentração. Para o índio, o palco era um navio e o mundo, a tempestade. Mas antecipariam o final do espetáculo para você, um empregado do circo o surpreenderia; sem piedade, o jogaria longe depois de uns catiripapos. Apesar dos tapas e tudo mais, ainda assim você se lembraria da beleza estranha delas, daqueles grandes olhos tristes. Eram obrigadas a devorar coco de criança, para que pela outra boca saíssem pétalas. Brigavam muito, por banalidades: era difícil conciliar a vontade de ambas em ficar na posição normal. Em geral, ficavam estiradas em uma rede, lendo revistas francesas. Permaneceriam no Circo Mantecón por muitos anos até a morte do marido em um acidente incomum envolvendo cangurus e borboletas [3]. Segundo os registros históricos, existiram apenas exemplares femininos de taureias. Acredita-se que os masculinos – devido à sua natureza - estrangulam-se dentro do ventre da mãe. Não possuíam umbigo [4] As Olsen foram as últimas irmãs Taureias registradas: faleceram em doze de dezembro de 1907 na cidade do San Juan, México, em idade avançada. Não deixaram filhos.


* * *


(1):
Não confundir com a Taureia (é): criatura similar ao Touro, mas com cauda de baleia, responsável pelo afundamento de inúmeros navios na costa malgaxe. Alguns especialistas consideram a criatura do Oceano Índico uma subespécie do Mermahuatauro, avistada raramente em mares ou céus nórdicos. Ver NADIR, Abu Abdallah Muhamad “Relatos de Naufrágios na Costa Oriental da África: de 1000 a 1500”. Tradução Kawan Zarif; Recife, Editora Nautilus, 1969


(2):
O célebre humanista francês Claude Beau Zeau Klaun (1881-1938) classificaria este riso como um riso de identificação, no qual a audiência reconhece a semelhança do falar e do gestual do palco com aqueles da vida real, sendo em geral paródico e de fundo preconceituoso. Sim, pois como bem se sabe ainda hoje os índios norte-americanos vivem em um processo de degradação social e à margem da sociedade, sendo o alcoolismo e o suicídio resultado comum desta situação. Ver KLAUN, Claude B.Z. “Qual é a graça? Explicando a piada: Por uma explicação e taxonomia do humor”; Tradução Jean Michel Jarret; Rio de Janeiro, Editora Antárctica, 1953


(3):
Para detalhes, ver: INNUIT, Jean Michel & LEDGER, Jonathan Custer “Homeopatia Arqueológica Ártica: memórias do gelo do mundo pré-histórico”, Tradução Aluísio Alonso; Porto Alegre; Editora Globo, 1987.



(4):
A ausência de umbigos ou de registro de outros casos neste século levou à suposição que as Taureias pudessem ser um resultado de uma intervenção cirúrgica radical. Fatos recentes parecem corroborar este ponto de vista. No início da década de 50, um cientista soviético chamado Vladimir Petrovich Demikhov conseguiu transplantar a cabeça, ombros e parte dianteira de um cachorro pequeno em um mastim adulto. Os animais sobreviveram por alguns dias. Durante os quinze anos seguintes, o cientista refez várias vezes o transplante, todavia em nenhum caso os cães sobreviveram por mais de um mês. No início da década de 70, um outro cientista, desta vez o médico norte-americano Robert J. White (posteriormente se tornaria consultor de Bio-ética do Vaticano) promoveu transplantes de cabeças entre macacos Rhesus. Veja o documentário “Dr. White’s Total Body Transplant”, disponível no You Tube ou (mais rápido) leia o conteúdo deste LINK (Via Sedentário & Hiperativo). A repercussão do caso chegou a inspirar filmes de qualidade discutível.
Diante destes fatos escabrosos e amplamente divulgados, chegou-se à uma nova teoria conspiratória, esta tradição tão norte-americana. Suspeita-se que as Taureias pudessem ser fruto de um experimento cirúrgico com a macabra intenção de criar monstros circences. Veja Ortiz, James Wido,”Aberrações Circenses no Oeste Americano após a Guerra da Secessão”, Tradução José Canjica Maupassant; Rio de Janeiro, Rio Gráfica Editora, 1979. Infelizmente, nove metros de lava cobriram o sepulcro delas depois da erupção do vulcão Paricutin em 1952, tornando impossível a verificação atual de tais hipóteses.

















***

Links à maneira de Taxi Pluvioso)

sábado, 20 de março de 2010

Telegrama




Extinct Monsters

by Eugene Field (1850-1895)
— written 11 May 1893


Oh, had I lived in the good old days,
When the Ichthyosaurus ramped around,
When the Elasmosaur swam the bays,
And the Sivatherium pawed the ground,
Would I have spent my precious time
At weaving golden thoughts in rhyme?

When the Tinoceras snooped about,
And the Pterodactyl flapped its wings,
When the Brontops with the warty snout
Noseyed around for herbs and things,
Would I have bothered myself o’ermuch
About divine afflatus and such?

The Dinotherium flourished then;
The Pterygotus lashed the seas;
The Rhamphorhynchus prospered when
The Scaphognathus perched in trees;
And every creature, wild and tame,
Rejoiced in some rococo name.

Pause and ponder: who could write
A triolet or roundelay
While a Megatherium yawped all night
And a Hesperornis yamped all day,
While now and again the bray sonorous
Of Glyptodon Asper swelled the chorus?

If I’d been almost anything
But a poet, I might have got along;
Those extinct monsters of hoof and wing
Were not conducive to lyric song;
So Nature reserved this tender bard
For the kindlier age of Pork and Lard.




(E um achado: um blog em inglês para colecionadores de dinossauros e animais pré-históricos de brinquedos. Tem um fórum também.)

Achados




a)Bob McFerrin em uma palestra com neurocientistas debatem os efeitos da escala pentatônica sobre o cérebro humano... Veja como ele facilmente conduz a platéia dentro da escala. Muito, muito, muito legal. Assista a tudo... se puder.

b)Falando em escalas, tome um pouco de escalas dodecafônicas com Arrigo Barnabé. Procure os vídeos para conhecer um pouco de Clara Crocodilo. Recentemente eu o ouvi... É impressionante que após todos estes anos, não surgiu nada parecido com aquilo.

c)Segue "vídeo-clipe" da trilha de Arrigo para os quadrinhos "Tubarões Voadores" de Luís Gê. Detalhes de como surgiu a música/quadrinho: HQMemória.


sexta-feira, 19 de março de 2010

Telegrama

Outros provérbios, todos do inferno.



"A Prudência é uma rica, feia e velha donzela cortejada pela Impotência."
William Blake, Provérbios do Inferno


"Por isto, feche as portas e janelas, Joãozinho. Não adianta nada deixar a janela apenas entreaberta. As janelas devem ter grades; e as portas, trancas; as trancas, cadeados; e os cadeados, fechos de segurança. Pois no coração do prudente repousa a sabedoria."

Luis Gê, Tubarões Voadores

(imagem: penny postcards)

segunda-feira, 15 de março de 2010

Achados




a)No ótimo gibi de Paul Pope, 100% (publicado no Brasil pela Opera Graphica), há um artista que pretende reunir um monte de chaleiras e botar água para ferver em todas elas, juntas, a um mesmo tempo. "...um coro sem fim, uma orquestra impossível. Uma sinfonia de uma nota só, de chaleiras gritantes que gemem."

Bem. Via Neatorama fiquei sabendo que um artista pretende fazer uma chaleira de instrumento musical. O som ficou meio chato, pode ser que melhore, pelo jeito ele ainda está desenvolvendo... mas o que mais me surpreendeu foi a quantidade de vídeos com chaleiras fervendo... ?

Imagino o tipo de chá preparado.

b)Adoro Paul Pope. Uma página com um trecho extraído de Duna, de Frank Herbert.

c)Voltando a falar de música e outros instrumentos estranhos. Um artista norte-americano se propôs criar vinte nove instrumentos novos em vinte e nove dias. Ouça o resultado AQUI.

d)Outro artista alemão resolveu criar música acendendo e apagando lâmpadas;

e)Acho que sou mais o Hermeto... Ou o Tomzé. Ou tocadores de cuíca, como o Oswaldinho ou o Fritz Escovão (do grande Trio Mocotó)... Ou ainda os batedores de pratos e de caixinhas de fósforo ou de latinhas de graxa para sapato (Não existe um vídeo que preste?) Ou bateiristas de balde.

f) Falando ainda de chaleiras. Conheça o De-chaleira: Blogue coletivo de criação literária...

g)



Dia 24 de março, das 18:30 às 21:30, o escritor Nelson de Oliveira lançará Poeira: Demônios e Maldições (Editora Língua Geral) na Livraria da Vila, em São Paulo. O livro especula sobre um mundo tão cheio de livros que os governos do mundo simplesmente proíbem a publicação de livros.

segunda-feira, 8 de março de 2010

os leopardos







Disseram que tomasse cuidado com os leopardos. Que daqui a 150 anos não haverá leões, ursos, jaguares ou tigres, exceto talvez nos zoológicos ou em algum show de Las Vegas. Mas ainda haverá os leopardos. Dos cinco grandes da África, os leopardos são os mais invisíveis. Escondem-se sobre as árvores, arrastam suas vítimas para cima dos galhos, que penduradas pelas presas, lembram santos em martírio. Caçam à noite, nos eclipses, e quando quilômetros de espessura das nuvens bloqueiam a luz do sol e da lua e a enxurrada abafa os gritos, os passos, os rugidos. Durante o dia também matam, apenas para lembrar que podem. Não se engane por sua beleza prostituída em calcinhas e sutiãs de senhoras que se acreditam mocinhas, os fios prateados cobertos por tintura loira, as dobras esticadas por veneno botulínico: se os leões são reis e os tigres, imperadores, os leopardos são os carrascos; após a queda, as cabeças dos regentes decoram a sala de troféus dos novos ocupantes do trono; entretanto, o leopardo permanece em seu cargo, um executor a afiar suas garras. As leoas trabalham em grupo, para emboscar e surpreender suas vitimas. Os tigres afamam-se por serem caçadores de homens, quebram o pescoço em um único golpe. Os leopardos não são tão fortes: primeiro pulam o muro e matam a cadela de guarda; depois, aproveitam a janela aberta pelo calor, ou escondem-se na garagem ou no celeiro ou entre os galhos da mangueira, esperando o descuido que os permita invadir a casa; escondem-se na cozinha, no calorzinho detrás da geladeira, ou sob a cama, ou atrás do sofá: Os leopardos preferem as crianças no berço, mas se não houver nenhuma, então rastrearão as mulheres pelo cheiro de suas menstruações. Mas as mulheres são difíceis, sempre desconfiam de algo, arrumarão uma desculpa, como visitar a mãe ou o amante. Então os leopardos esperam a noite para sufocá-lo, presas na garganta, você tenta reagir, procura o crachá, a carteira, usar o celular, despertar sua esposa, mas ela não está lá. Depois de matá-lo, o animal o arrasta para o devorar entre os galhos da mangueira. O som não é de frutos caindo. O leopardo não precisa do Natal; se acreditasse, sentiria-se como uma criança abrindo o presente sob a árvore.

A presa era indigesta, o leopardo sente-se desconfortável, ofega, as moscas rodeiam a boca e os olhos. O bicho mal consegue sustentar sua barriga. Pesado, decide dormir na cama de sua vítima. A mulher retorna da casa do amante ou da mãe. Está irritada: ou o amante não fora eficiente ou a presença sufocante dos parentes a fez sentir enjaulada. Está escuro, e o leopardo ainda tem o cheiro do marido. Confunde o zumbir das varejeiras com o ronco do sono. Pobrezinho, tão cansado. Despe-se e deita junto a ele.

A mulher convence o leopardo que precisam comprar uma cadela para substituir a outra. É preciso pensar no filho que ainda virá.









(Turn (2008): Quadro do finlandês Samuli Heimonen.)

Telegrama

Banksy vs Tarantino
(ou Era uma vez numa Londres vigiada por câmeras de segurança por todos os lados)


a)


Se você admira grafites, já deve ter ouvido falar em Banksy, artista e grafiteiro inglês. No "Rosebud é o Trenó", tem uma análise rápida sobre ele. Bráulio Tavares também o admira e gostou da espinafrada que ele deu em Paris Hilton. O seu verbete da Wikipedia inglesa parece ser digno. Não é difícil encontrar imagens pela Internet de seu trabalho.

O cara está fazendo um filme chamado "Exit Through The Gift Shop" (Saída através da Lojinha, Provavelmente uma referência ao fato que nos Parques de Diversão dos EUA - talvez em outros locais também, eu não sei - toda saída de brinquedo terá necessariamente uma "Lojinha" de lembranças...) . A estreia será este ano: detalhes (em português) AQUI.

Nem acho o grafite de Pulp Fiction tão interessante assim: existem grafites muito melhores e contundentes... Mas Tarantino conhece a imagem, conforme podemos ver AQUI.


b)

Durante algum tempo, Banksy fez vários e vários grafites com Ratos como tema principal: Ratos de óculos, Ratos de para-quedas, Ratos pichando, Ratos serrando a calçada, Ratos de britadeira, Ratos chiques, Ratos de guarda-chuva... Eis o que Banksy disse sobre os ratos:

"They exist without permission. They are hated, hunted and persecuted. They live in quiet desperation amongst the filth. And yet they are capable of bringing entire civilisations to their knees. If you are dirty, insignificant and unloved then the rats are the ultimate role model."

Livro "Banksy - Wall and Piece", editora Century, 2006, pg 95

Pareceu familiar? Você assistiu a "Bastardos Inglórios"? Lembra-se da primeira parte "Era uma vez na França dominada pela Alemanha Nazista" do discurso do nazista Coronel Hans Landa (interpretado por Cristoph Waltz) e a sua "comparação" entre os judeus e os ratos?

Achados



a)Desconectado

Um artigo da PopScience conta a história de um homem em Estocolmo (Suécia) que vive em um lugar ermo, isolado na floresta. Motivo? Ele sofreria de uma hipersensibilidade alérgica a ondas de rádio (EHS: Electro-hypersensitivity): violentas reações fisiológicas ao sentir a influência de ondas eletromagnéticas emitidas por aparelhos tecnológicos comuns, como celulares, computadores, televisores... Para evitar problemas, as fotos do homem presentes na matéria foram tiradas com filme de rolo, a luz do dia...

Entretanto, como observaram os comentaristas, há que considerar alguns detalhes:
não se falou em algum estudo que confirme sua doença... Um dos leitores lembrou que as florestas nevadas são ambientes repletos de energia estática (graças à baixa umidade provocada pelo congelamento): ele não deveria sofrer também na floresta devido a esta "sensibilidade elétrica"? Outro mais ponderado levantou a hipótese de auto-sugestão e outro mais agressivo sugeriu que o homem fazia isto para receber benefícios sociais do governo...

Curiosamente, o autor do artigo se apressou em afirmar que os estudos que relacionam câncer e o uso de celulares são inconclusivos; a metodologia de estudos que encontraram ligações costuma ser colocada em cheque...

O que deu um "ar de propaganda institucional" a partes do artigo... O que certamente deve ter gerado tanta polêmica entre os leitores...

(Ao final do artigo, especialistas citaram cuidados preventivos no uso de celulares... um deles, por exemplo, aconselhou às crianças que usem celulares mais para torpedos do que para telefonar... evitando que as ondas eletromagnéticas atravessem o cérebro...)


b)Casulos

-Segundo outro artigo da Pop Science, em 12 de janeiro, pela primeira vez, borboletas saíram do casulo dentro da Estação Espacial Internacional, em gravidade zero. Foram duas só (pela foto deviam ser centenas) que conseguiram sair da fase larval, desenvolver casulos e nascerem como borboletas. Não se sabe (Ou não se sabia àquela altura, mas não encontrei notícia recente sobre o assunto, o que deve ser mal sinal) se elas conseguiriam desenvolver asas direito e voar - até onde sei as asas dependem da gravidade para desenrolar.

c)Roteiro para HQ, com Octavio Cariello

Se não fosse por Octavio Cariello, provavelmente jamais levaria muito a sério este negócio de escrever... Ele já atuou nas grandes editoras de quadrinhos do mundo e neste curso ele apresentará a estrutura do roteiro para HQs permitindo aos interessados, desenhistas ou não, possam dominar este gênero que vem ganhando cada vez mais mercado no Brasil. Entre os assuntos abordados estão: criação de personagens, elaboração de universos, elementos das narrativas gráficas, elaboração de projetos, entre outros.

O curso tem duração de 4 meses, e tem início em 20 de Março (turma do sábado) e 22 de Março (turma da quarta). Será realizado no Espaço Terracota, que fica na Av. Lins de Vasconcelos, 1886 - Aclimação - São Paulo.

Matrículas e dúvidas: MAIS DETALHES AQUI.



(Imagem: Geospaces do alemão Hubert Blanz. Postagem que já saiu de forma mais sucinta no Projeto Portal e - parcialmente - no Encaixe-se...)

segunda-feira, 1 de março de 2010

Telegrama



Caça à raposa

(João Bosco)

O olhar dos cães, a mão nas rédeas
E o verde da floresta
Dentes brancos, cães
A trompa ao longe, o riso
Os cães, a mão na testa
O olhar procura, antecipa
A dor no coração vermelho
Senhorita, seus anéis,
corcéis e a dor no coração vermelho.
O rebenque estala, um leque aponta: foi por lá...

um olhar de cão, as mãos são pernas
E o verde da floresta
Oh, manhã entre manhãs
A trompa em cima, os cães
Nenhuma fresta
O olhar se fecha, uma lembrança
Afaga o coração vermelho
Uma cabeleira sobre o feno
Afoga o coração vermelho
Montarias freiam, dentes brancos: terminou...

Línguas rubras dos amantes
Sonhos sempre incandescentes
Recomeçam desde instantes
Que os julgamos mais ausentes
Ah! recomeçar, recomeçar
Como canções e epidemias
Ah! recomeçar como as colheitas
Como a lua e a covardia
Ah! recomeçar como a paixão
E o fogo, e o fogo...



( fonte imagem: Darla Teagarden´s Tales of blood and glitter. A versão original do próprio Bosco está AQUI)