segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Telegrama




Once in a lifetime


And you may find yourself living in a shotgun shack
And you may find yourself in another part of the world
And you may find yourself behind the wheel of a large automobile
And you may find yourself in a beautiful house, with a beautiful wife
And you may ask yourself - Well...How did I get here?

Letting the days go by
let the water hold me down
Letting the days go by
water flowing underground
Into the blue again
after the money's gone
Once in a lifetime
water flowing underground.

And you may ask yourself
How do I work this?
And you may ask yourself
Where is that large automobile?
And you may tell yourself
This is not my beautiful house!
And you may tell yourself
This is not my beautiful wife!


Letting the days go by
let the water hold me down
Letting the days go by
water flowing underground
Into the blue again
after the money's gone
Once in a lifetime
water flowing underground.

Same as it ever was...Same as it ever was...Same as it ever was...


Water dissolving...and water removing
There is water at the bottom of the ocean
Remove the water carry the water
Remove the water at the bottom of the ocean!

Letting the days go by
let the water hold me down
Letting the days go by
water flowing underground
Into the blue again
after the money's gone
Once in a life time
water flowing underground.
Into the blue again
into the silent water.
under the rocks and stones
there is water underground

Letting the days go by
into the silent water
Once in a lifetime
water flowing underground

And you may ask yourself
What is that beautiful house?
And you may ask yourself
Where does that highway go?
And you may ask yourself
Am I right?...Am I wrong?
And you may say to yourself
MY GOD!...WHAT HAVE I DONE?

Letting the days go by
let the water hold me down
Letting the days go by
water flowing underground
Into the blue again
after the money's gone
once in a lifetime
water flowing undeground
into the blue again
into the silent water
once in a lifetime
water flowing underground

Same as it ever was...Same as it ever was...Same as it ever was...

time isn't holding us, time isn't after us
time isn't holding us, time doesn't hold you back
time isn't holding us, time isn't after us
time isn't holding us,

letting the days go by
once in a lifetime
letting the days go by
once in a lifetime



(Imagem ? via Kalyurga)

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Escadas




Nº08: Ciranda




Já passa da meia-noite, os passageiros desembarcam do trem com pressa, no desespero de não perder o último ônibus, que se ainda não saiu, está em vias. João gostaria de correr, mas está mancando, pé torcido. A estação é antiga, não tem elevador e você precisa chegar até a escadaria. Vontade de abordar a um destes estranhos: “Pede para o motorista esperar, pede para ele segurar só mais uns minutinhos, que eu já estou chegando.” Todavia esta não é uma cidade pequena; se fosse não haveria metrô. Uma cidade pequena, na qual todos se conhecem, cheia de pequenos segredos notórios, coberta pela vigilância dos vizinhos divididos entre repressores e calorosos. Aqui é cada um por si. E João acelera o que a dor permite acelerar, enquanto os demais se distanciam. Fica por último na corrida, passo a passo até alcançar o corrimão da escadaria fixa. João prestes a subir aqueles degraus todos quando vê no alto, no sentido oposto, diante da escada rolante: Maria.



Dali de onde está, João não tem certeza se Maria o viu. Improvável, pois a conhecendo do jeito que é, tão desconfiada, ciumenta, emocionalmente instável. João sabe que Maria não anda tomando seus remédios direito, mas ele não insistiu, nem tentou convencê-la do contrário. No fundo, João concorda com as queixas de Maria: sente sua letargia, a ausência do viço nos olhos, ressecada, quieta. Agora, entretanto, diante desta situação, João se arrepende de ter se calado a respeito. Já a imagina gritando lá do alto indiferente ao fato de estar em meio a estranhos: “O que você está fazendo aí? Já não deveria estar em casa? Não estava no velório daquela sua tia? Que perfume é este? Quem torceu seu pé?” Se Maria estivesse domada pela química, João poderia lhe contar a verdade, ou quase toda: sobre Sofia, sobre as jóias, sobre Calvino, o Instituto e o Falcão Maltês. Mas tudo dera errado, e João perdera celular, um dente e quase todo dinheiro: não fosse a enfermeira ruiva arrumar uns trocados para o ônibus, João teria que voltar para casa a pé. Agora sem nada só poderia esperar a fúria de Maria em tapas e arranhões e a humilhação pública de ser espancado pela mulher. Talvez nem tão pública assim, pois não havia mais ninguém na plataforma para dividir este embaraço. Contudo, é bom se lembrar da presença inescapável das câmeras de segurança e da certeza que um filme destes estaria na rede antes que se contratasse o advogado, algum capaz de conter a sanha sensacionalista dos curiosos.



Mas a mente de João trabalha com hipóteses, com as alternativas em jogo. Não poderia voltar correndo, tentar pegar o próximo metrô. Como se sabe, neste horário, os trens a circular são poucos e já passa do horário de funcionamento deles. Tampouco poderia subir correndo as escadas. Maria pregaria a vista naquela corrida manquitola, como se João praticasse marcha olímpica. Ela seria bem capaz de voltar pelas escadas e muito facilmente o alcançaria, não só pela sua velocidade (Maria foi campeã de corrida na escola), mas também porque com quase toda probabilidade já não haveria mais ônibus com o qual fugir.



Ocorreu a João de se abaixar atrás da mureta que separa as duas escadas. Porém, se ele se dobrasse rápido demais, óbvio que Maria atentaria nele. Quem sabe, preocupada, supusesse a queda de um estranho, um qualquer que sentiu-se mal e ficaria ali jogado até o dia seguinte. Mas, se por outro lado, ele se escondesse lentamente, Maria também desconfiaria. Por certo, acreditaria ser um ladrão, alguém armando arapuca, tocaia para atacá-la tão logo chegasse ao fim da escada rolante. Ela poderia inclusive empregar o que aprendera no curso de jiu-jitsu e defesa pessoal, puxar-lhe os cabelos, fazendo-o revelar sua face e então exigir explicações, explicações sempre insuficientes.


João precisa se decidir logo, o tempo passa e os passageiros já devem estar embarcando no ônibus no ponto diante da estação. Ele ainda está incerto se ela o viu ou não, porém começa a ponderar porque Maria também parou do outro lado da escada rolante. Vai ver ficou tão furiosa que não consegue esboçar reação nenhuma, como os dentes trincados e travados do cão antes de mordida. João evita encarar Maria, isto seria difícil, ela está longe, mas deixa a imagem da mulher em seu campo de visão. A princípio, imagina ser uma bolsa. Mas depois observa que se trata de uma tipóia. Como ela teria machucado o braço? João pressupõe um acidente no treino de jiu-jitsu, mas hoje não há aula. Quando precisou mentir a respeito do velório da tia em Santos, Maria respondeu que ficaria em casa assistindo a um filme de John Woo. O que ela fazia ali, na estação, tão longe de casa? Pretendia passar a noite fora, certamente, pois o próximo trem seria o último daquela noite. Suspeitando de uma traição, João deseja/não deseja estar com sua arma: enfurecido atiraria dali mesmo. Ele sabe que acertaria, sempre teve boa mira. Ah, e se Maria tentasse escapar, fugir na hora do último trem, ele se jogaria diante dela, João bem mais forte e pesado, e ela veria a porta automática se fechar e a escapatória desaparecer túnel adentro. Durante aqueles instantes, João divaga sobre o que teria levado Maria a estar lá, na estação, naquele horário: começa a juntar os fatos e relembra da ligação durante a madrugada de um homem chamado Platão e daquele repentino interesse sobre ourivesaria e das anotações sobre o Templo do Sol. Estaria ela envolvida com a Organização ou seria um caso com o professor de jiu-jitsu? Deve ser a Organização, pois ela não sairia para encontrar o amante assim, toda desarrumada, usando o metrô. O mais lógico seria pegar um táxi. Ou esperar o homem passar em casa, afinal ela não esperava que João aparecesse por lá. A não ser que estivesse apaixonada. Ou encurralada.


* * *

Relembraram uma cena do filme de Woo, as armas dos irmãos/inimigos apontadas contra a boca um do outro, no nariz o cheiro de outras pólvoras: como as serpentes no caduceu, como dois corpos no espaço em mútua atração e repulsão, na órbita dos desesperados, girando ao redor de si mesmos na ciranda em direção ao ralo do mundo.













(Escher.)

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Achados





a)Fotografia




Bombardeio de Toyama em primeiro de agosto de 1945

480 mil bombas incendiárias destruíram 99,5% da cidade naquela noite.

Informações extraídas DAQUI, o ótimo blog de (principalmente) fotografia, MELISAKI.




Foi de lá que também puxei esta foto maravilhosa de Willian A. Garnett: "Train Crossing the Desert, Kelso, California"(1974)

b)Desenhos em post-its




O artista dinamarquês John (ou Don?) Kenn faz desenhos com monstros e fantasmas em post-its e coloca neste BLOG. Deu uma entrevista AQUI

(via Neatorama).

c)"Presentes"

Why did you buy me that? Um site só para presentes "horríveis" de Natal.

(Via Neatorama)

sábado, 1 de janeiro de 2011

Telegrama

That old pair of jeans



All you used to do was put me down
But I found a way to pick myself up off the ground
And all you used to do was criticise me
But now I found the good and I emphasise ya see

You would always get so sensitive
And try to turn your transgressions into my guiltiness
But now I'm certain of the way I live
And what I'm responsible for in this twisted game

And it's such a shame
That you try to make pain
Another word for my name
Whether giving or receiving
It's one the same
Just one more link
In your long-ass chain
But it's time to break
This frame and my strengthful will
Time to jump off this negative cycle we've built
Gave my heart
But my self-respection you wan't still
Now it's time to let ya know if you can hear me fill me

So I asked my momma for her two cents
And then I asked my little sister and I asked my friend
Then I asked my poppa once and I asked him again
Came two little consensus from all them opinions
That life is too short to be unhappy
And since I know what I'm worth there'll be no settling for dirt
Knowing what I deserve is gold
If I want diamonds then I can't settle for coal

Maybe I was just too strong to let go
Maybe I was just too weak to let it show
Maybe I was just too stubborn to say "No"
But whatever the case I can't take it no more

Sometimes I think maybe we'll patch it all up
Like a favourite pair of jeans that you won't give up on
Or maybe one of these arguments will make up
And start again like when we started this up
Back when everything was fresh
And every moment a blessing
I'd laugh at all of your jokes
You'd listen to my suggestions
One mind, one soul,
With common decimation
Now we can't help but fight over the direction