sexta-feira, 10 de julho de 2009
telegrama
não vou morrer
(letra e samba de Germano Mathias)
todo mundo morre só eu não vou morrer
vou ficar para semente
cá no meu modo de ver
todo mundo morre só eu não vou morrer
vou ficar para semente
plantada no seu jardim
só pra ver você, meu bem
jogar água em cima de mim
se você não me regar
a chuva irá me regando
e florescendo
numa linda planta eu irei me tornando
todo mundo morre só eu não vou morrer
(extraído do livro Sambexplícito, de Caio Silveira Ramos)
quinta-feira, 9 de julho de 2009
dez dedos

Luís pediu Marisa em namoro. Ela recusou: explicou que se apaixonara pelo menino que sentava à sua frente no banco da igreja, durante as missas de domingo. Luís quis saber quem era o adversário. Descobriu: Inácio, filho do carroceiro. O rapaz perdera um dos dedos devido à dentada do Ernandez, um pangaré de costelas aparentes e cheio de berne que ajudava no sustento da família. Luís pediu ao irmão, empregado no açougue, que lhe cortasse o dedo em um golpe de cutelo. O irmão assentiu, ele já fora vítima das mesmas paixões da idade. Luís voltou a falar com Marisa e ela recusou pela segunda vez. Explicou: Inácio fora salvar uma vira-lata e seus filhotes do ataque de um pit bull pertencente ao capitão Ernesto. Os dentes do cão arrebentaram sua perna de um jeito que os médicos a amputaram. Luís chorou, mas não desistiu. Saltou o muro cheio de cacos de vidro do capitão Ernesto pronto para o sacrifício. O cão veio e lhe estraçalhou um braço e uma perna. As pessoas na cidade o apelidaram de Pirata. Foi bater à casa de Marisa. Ela estava de luto, véu e mantilha preta. Parecia uma velha. Antes de pedí-la em namoro, Luís perguntou sobre Inácio. Ela apontou para a urna sobre a mesa da sala e então contou-lhe: Inácio se prontificou a resgatar o gato da dona Brasilina. O bichano subira numa das árvores da praça do coreto e não conseguia mais descer. Um toró se achegava. Quando estava para salvar, um raio caiu e incinerou Inácio. Restaram cinzas. Luís resignou-se: pegou um vidro de álcool e se imolou ali mesmo na sala de Marisa, derretendo parte da mobília. Depois de queimar tudo e antes dos pais chegarem, ela varreu as cinzas, misturou bem com as de Inácio, espalhou na cama como se fossem pétalas e deitou nua sobre o lençol vermelho, ela e todos seus dez dedos das mãos.
*
(Desenvolvido originalmente para o Encaixe-se - tema corpo)
quarta-feira, 8 de julho de 2009
Telegrama
Achados

a)Sheela na Gig
Para vaginas gigantes na parede das catedrais, veja post sobre história da arte no Belogue.
b)R.Sikoryak
Há algum tempo, postei uma história de R.Sikoryak sobre Kafka/C.Brown sem imaginar que existisse uma análise crítica de seu trabalho, bem feita e em português: aqui. Pra quem não se lembra, Sikoryak desenvolve paródias literárias usando quadrinhos clássicos.
c)Caso você esteja em Portugal nesta semana (9 a 12 de julho de 2009), uma opção "familiar" :a feira erótico medieval.
d)Quadrinhos antigos em inglês: histórias raras.
e)Gulliveriana: quadrinhos de Milo Manara. Uma versão erótica das Viagens de Gulliver. Quando assisti a "Fale com Ela", a sequência do "El Amante Minguante" me remeteu a esta HQ.
Encontrei menções na internet que a inspiração teria sido um conto de Charlie Bukowski. Não falo italiano e também pesquisei a fundo.
Continuando no assunto "mulheres gigantes", me lembro também de um número especial da Kripta, revista de terror da década de 70, na qual todas as histórias giravam ao redor da mesma imagem: a inversão de papéis do filme King Kong, onde uma loira gigante sobre um edifício era atacada por esquadrilhas aéreas.
f)Caso você goste de mulheres "grandes", poderá encontrar algumas neste site (The human marvels) que traz os perfil (em inglês) de muitos "artistas/freaks" antigos circenses: anões, obesos, siameses, "pinheads", magos, comedores de gelo, fortões, pessoas gigantes, etc.
f)Para quem não conhece, Jece Valadão dançando tango com Elis Regina.
terça-feira, 7 de julho de 2009
telegrama

Coerência
“Um exemplar não-otimizado de Homo Sapiens mantém coerência de estado por apenas dois ou três gigassegundos antes de sucumbir à necrose”
(esta frase veio de um post do Mundo Fantasmo, blog do escritor Bráulio Tavares. Quem quiser, pode buscar lá a explicação desta sentença. E, caso você queira mais, segue um outro post sobre Ficção Científica. Ah... vem aí Portal Stalker)
sexta-feira, 3 de julho de 2009
urobouros ou porque, apesar de tudo, sua mãe permanece com seu pai

E uma lamenta o interesse subentendido nos gestos, eu sei que gosta de mim, então do que tem medo? e a outra confirma, os homens estão todos perdidos, não sabem mais o que querem, se querem, para que querem; não sabem mais lidar com a gente e a de cabelos tingidos em cores impossíveis pondera, quando são novos procuram as mais liberais, as safadas e sem frescura, mas depois que a própria barriga incha e os cabelos caem, percebem que podem tomar um ou dois chifres eventuais e pronto! reclamam que só tem vagabunda poraí, e uma das que voltam do xixi descreve, primeiro, vem como amigos, sem compromisso, e então se espantam, mas você saiu com meu irmão ontem? Ué, mas não era só amizade? Eles cantam liberdade, mas é liberdade só para eles. Enquanto termina de dedilhar um torpedo que não obterá resposta, pois o homem está com a filha do primeiro casamento, o que resultará em uma discussão encerrada por um tapa sem boletim de ocorrência, aquela de cabelos tingidos conclui:
-Amigos, amigos. Eu não quero mais saber de amigos, só quero inimigos, porque tudo que os inimigos querem é te foder e mais nada.
a fome
{Aeroporto, fila do check-in}
Vítor, vem para cá.
Vai demorar muito, pai?
Não. Daqui a pouco, a gente já vai.
{O menino caminha alguns passos, distrai-se com o chão todo preto e branco, preto e branco. Pensa no xadrez do avô, mas ainda não aprendera a jogar. Gosta dos nomes das peças, são nomes completos, que se explicam: a torre, o cavalo, o bispo, o rei, a rainha. O único que lhe causa estranheza é o peão. Já tentara fazer a peça girar sobre si mesma, mas não conseguiu e nunca viu ninguém fazendo. Sua mãe lhe deu uma bronca, disse-lhe para não mexer nas coisas do avô que ele ficaria bravo. Então, o menino perambulava pela casa do avô, observando aqueles móveis antigos, retratos e lembranças de viagem. Viu um telefone de disco, já haviam lhe explicado como funcionava, colocar um dedo sobre o número depois girar até aquele ferrinho em forma de gancho. Dizem que antigamente as coisas eram melhores e mais bonitas, mas aquela idéia de usar um disco no telefone parecia tão besta, porque não faziam um botão logo, não era mais fácil que discar? O menino imagina se este método dos discos era usados para tudo: nos elevadores, nos brinquedos, nos automóveis, nos aviões, para dar corda nos relógios. Um painel imita um barulho como se alguém embaralhasse cartas e os números dos vôos e horários mudam digitalmente.}
...tá demorando...
Tem que esperar, Vítor. Não tá vendo a fila? Espera mais um pouquinho que a gente já vai.
{Experimenta pisar apenas nos quadrados brancos. Mas era chato, sempre tinha alguém passando apressado com uma mala de rodinhas, todo mundo o ignorava, como o mar ignorava seus castelos de areia na praia, não importava a dedicação e o esforço em fazer o castelo maior com fossos, torres, janelas, pontes, lagos, palitos de sorvete, tampas de plástico, o mar vinha e derrubava tudo. No dia seguinte, já não havia rastro. A praia permanecia a mesma. Mas eles não estavam indo para praia, nem eram férias, nem era a casa do avô. O menino bufou para não parecer um suspiro.}
Por que a gente tem que ir?
Eu tenho que trabalhar, Vítor. Já falei pra você.
Por que você tem que trabalhar?
Porque senão a gente morre de fome. Você quer ficar com fome?
{O menino baixa a cabeça e agora decide pisar nos quadrados pretos. Distraído, não percebe que a fila anda. Quando levanta a cabeça, vê que está sozinho e exclama, não tão alto quanto gostaria:}
Pai? PAI?
Aqui, Vítor.
{E o pai confere as passagens e documentos, enquanto o menino agarra-se à barra da calça. Vítor pode não saber jogar, mas reconhece a essência de um xeque mate.}
*(Editado em 06/07/09. Alterei ligeiramente a conclusão. Desculpem, mas a ideia só me veio óbvia e ululante depois que já havia postado)
quarta-feira, 1 de julho de 2009
telegramas

"Hoje, se me pergunto por que amo a literatura, a resposta que me vem espontaneamente à cabeça é: porque ela me ajuda a viver. Não é mais o caso de pedir a ela, como ocorria na adolescência, que me preservasse das feridas que poderia sofrer nos encontros com pessoas reais; em lugar de excluir as experiências vividas, ela me faz descobrir mundos que se colocam em continuidade com essas experiências e me permite melhor compreendê-las. Não creio ser o único a vê-la assim. Mais densa e mais eloqüente que a vida cotidiana, mas não radicalmente diferente, a literatura amplia nosso universo, incita-nos a imaginar outras maneiras de concebê-lo e organizá-lo. Somos todos feitos do que os outros seres humanos nos dão: primeiro nossos pais, depois aqueles que nos cercam; a literatura abre ao infinito essa possibilidade de interação com os outros e, por isso, nos enriquece infinitamente. Ela nos proporciona sensações insubstituíveis que fazem o mundo real mais pleno de sentido e belo. Longe de ser um simples entretenimento, uma distração reservada ás pessoas educadas, ela permite que cada um responda melhor à sua vocação de ser humano."
A Literatura em Perigo, Tzvetan Todorov
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Telegrama


“
A literatura pode muito. Ela pode nos estender a mão quando estamos profundamente deprimidos, nos tornar ainda mais próximos de outros seres humanos que nos cercam, nos fazer compreender melhor o mundo e nos ajudar a viver. Não que ela seja, antes de tudo, uma técnica de cuidado com a alma; porém, revelação do mundo, ela pode também em seu percurso, nos transformar a cada um de nós a partir de dentro. (...) O leitor comum, que continua a procurar nas obras que lê aquilo que pode dar sentido à sua vida, tem razão contra professores, críticos e escritores que lhe dizem que a literatura só fala de si mesma ou que apenas pode ensinar o desespero. Se esse leitor não tivesse razão, a literatura estaria condenada a desaparecer num curto prazo.
”
Onirogrito

memento mori
(Vivia entre Chico, Arrigo, Pink Floyd, Zeppelin e Dead Kennedys. Nunca fui seu fã, nem nunca tive um disco dele, ou baixei um mp3. Natural então que minhas primeiras lembranças diante da menção de sua morte não fossem de suas músicas que, por um estalo, passaram a tocar ininterruptamente no rádio, TV e, provavelmente, nos fones de MP3. Foi um documentário que assisti na TV a cabo. O assunto não era ele. O apresentador deste programa conviveria com grupos extremistas raciais (brancos) da África do Sul, Estados Unidos e outros lugares. O desenrolar era tenso: o repórter continha as suas perguntas para evitar que o convívio se encerrasse antes de se obter minutos suficientes de filmagem e, ao mesmo tempo, debater às claras, para que, afinal, houvesse motivo para acompanhar o programa.
Numa família de africânders (eles viviam em uma fazenda), o apresentador mantinha um diálogo relativamente amigável, observando álbuns de fotos, retratos, relembrando histórias antigas do apartheid. Em determinado momento, o repórter descobriu em meio à coleção de discos de vinil, um do Jackson Five. E aí, a coisa toda degringolou, porque o homem branco não queria ver paradoxo entre ser racista e acreditar na superioridade da raça branca e apreciar a música negra daqueles moleques. Mas lá estava o paradoxo, sob a vitrola na casa-grande.
Hoje, sei que encerrar assim será clichê. Tenho certeza que mais alguém terá esta ideia... Entretanto, continuará sendo uma verdade, para todos nós: We´ll be there. )
sexta-feira, 19 de junho de 2009
Telegrama
O sol
há de brilhar mais uma vez
A luz
há de chegar aos corações
Do mal
será queimada a semente
O amor
será eterno novamente
É o Juízo Final,
a história do bem e do mal
Quero ter olhos pra ver,
a maldade desaparecer
O amor
será eterno novamente
Juízo Final, de Nelson Cavaquinho
(vem aí Portal Stalker)terça-feira, 16 de junho de 2009
Telegrama
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Telegrama1

Romance em Angra
(Língua de Trapo)
Recordo com saudades
De quando tinhas cabelo, meu amor
Teus olhos ‘inda eram abertos
E até tinham cor
Nos teus braços não havia crateras
Como as que hoje vejo
Tuas pernas ‘inda eram inteiras
E me davam desejo
Recordo que podias ouvir
Meus mais ternos sussurros de amor
E tinhas a capacidade
De sentir meu perfume, minha flor
E hoje, tu andas corcunda
E já não tens mais nem aquela…saúde
Tua pele, coberta de escamas,
Realmente não é um convite pra cama
O nosso amor foi arrasado
Depois que o reator foi instalado
E nesse pesadelo nuclear
Na mais torpe aflição
Passo o tempo a suplicar:
Não explode coração!
Telegrama2

Stalker, dirigido por Andrei Tarkovsky foi lançado em 1979. O filme conta a história de dois homens guiados por um terceiro (o tal “Stalker”[1]) para o interior de uma Zona proibida, fechada pelo governo e de acesso controlado por militares. A região foi isolada e suspeita-se da presença de alienígenas. Existe a necessidade de um “Stalker” para levar os dois homens ao interior da Zona: eles conheceriam as manhas para conseguir vencer os obstáculos e armadilhas dispostas pelo caminho. Não quero falar muito sobre o filme, entretanto. Apenas um fato me interessa e este não está na película ou na história. O técnico de som (não estou certo se esta é a tradução mais adequada) Vladimir Sharun acredita que as mortes por câncer de Tarkovsky, sua esposa Larissa e do ator Anatoly Solonitsyn se deveram à contaminação por toxinas no local da filmagem [2]. Próximo a usina hidrelétrica onde se realizaram muitas das tomadas havia uma indústria química que despejava resíduos e expelia poluição. Segundo Sharun, as cenas de precipitação de neve durante o verão e de espuma flutuando na superfície do rio são amostras do veneno a que ficaram expostos.
Sete anos mais tarde, em uma noite da primavera de 1986, uma explosão seguida de incêndio destruiu parte de uma usina nuclear em Chernobyl. Removeram milhares de pessoas das regiões mais próximas ao acidente. Mas o número exato de pessoas mortas ou afetadas pela radiação permanece uma incógnita. Os cálculos do governo russo estimam por “baixo”, desconsiderando muitos dos atingidos indiretos, como bombeiros, “voluntários” para limpeza dos destroços e outras pessoas que passaram pela região. Sabe-se que a quantidade de radiação espalhada foi de 100 a 300 vezes a disseminada pela explosão de Hiroshima. É muito, mas talvez não tanto quanto às centenas de testes nucleares realizados rotineiramente pelas superpotências durante a Guerra Fria.
(Assisti a um documentário com imagens de trabalhadores na perigosíssima e mortal operação de reparos e contenção dos danos realizada nos meses seguintes a explosão. Fizeram uma estimativa de quanto tempo uma pessoa poderia ficar próxima aos escombros altamente radiativos. Impressiona ver os homens correndo para trabalhar por quinze segundos antes de repassar a tarefa para o próximo suicida, que também corre, como num revezamento mortal.)
Tal como no filme, isolaram a área do incidente. Um círculo de trinta quilômetros ao redor da usina é conhecido como “Zona de Exclusão” (Já encontrei o termo Zona de Alienação, que deve ser uma má tradução, mas me pareceu apropriada). A região se tornou o maior depósito de lixo nuclear a céu aberto do mundo. Uma floresta de pinheiros morreu em alguns dias depois da explosão e não pôde ser queimada: a fumaça teria sido radiativa. O círculo de dez quilômetros ao redor da usina é tão radioativo que veículos que adentrem a esta área não podem mais retornar. Parece que os funcionários que precisam vistoriar as cercanias das ruínas chamam a si mesmos de “Stalkers”.
Eu não sou o primeiro a notar estas semelhanças. Já criaram um videogame chamado S.T.A.L.K.E.R, the Shadow of Chernobyl, que desenvolve seu enredo sobre estas linhas. Nunca o joguei, entretanto. Apenas o descobri durante as pesquisas para escrever este post sobre relações entre cinema, radiação e gente que se envenena por motivos profissionais.
* * *
[1]palavra que significa “perseguidor” pelo tradutor do google, mas que um bom e velho dicionário prefere “ato de espreitar durante a caça”, no sentido de aproximação furtiva.
[2]esta história remete à outra, sobre a morte do velho caubói John Wayne. Para um filme sobre Genghis Khan, The Conqueror (1956) foi usado como cenário um deserto próximo a uma região de testes atômicos. Anos mais tarde, assim como alguns atores e outros integrantes da equipe de filmagem, Wayne faleceu de câncer.
Achados
a)As imagens dos "Telegramas":
Foram desenhadas por Tsutomu Nihei em ABARA, mangá que acabou de ser lançado pela Panini. A história não me agradou muito, pelo menos em sua primeira edição. Mas dos desenhos gostei. Tem bastante de H.R.Giger (o artista do Alien), um tempero acentuado de Phillip Druillet (quadrinista francês dos bons tempos da Heavy Metal), numa apresentação à la Katsushiro Otomo (Akira) com uma essência de Mignola (Mignola? Onde vi Mignola? Em uma conversa entre um crânio ciborgue e um esqueleto de pássaro. Me lembrou os diálogos com cara de "conversa-de-comadres" entre entes sobrenaturais de alguns trechos de Hellboy). Sua megalópole-favela impressiona.
Abara significa Costela em japonês e Abará é feito com a mesma massa que o acarajé, só que o primeiro é cozido, enquanto o tradicional acarajé é frito. Tsutomu é arquiteto e este foi meu primeiro contato com seu trabalho de traços nervosos e expressivos.
b)Juan Gimenez no Farrazine 11
-A infância molda o homem. No início dos anos 50, Juan Gimenez era um garoto que morava em Mar del Plata, ao sul de Buenos Aires. Entre seus amigos estava Cacho Fangio, filho daquele Fangio, campeão mundial de automobilismo. Não era incomum o pai visitar o filho em carrões suntuosos. Entre os garotos que frequentavam aquela turma, havia um que construía seus próprios carros de brinquedo ao invés de comprá-los numa loja. Este mesmo menino lhe mostrou pela primeira vez uma revista em quadrinhos: um número de Misterix. Máquinas e quadrinhos. Quem conheceu Juan Gimenez pela sua arte na Casta dos Metabarões, o grande épico-familiar-guerreiro-espacial escrito por Alejandro Jodorowsky sabe: um dos destaques de sua bela arte são as espaçonaves, as máquinas, os motores, os robôs, pesados, metálicos, consistentes. Para uma entrevista com Juan Gimenez, leia Farrazine 11 (no Issuu: aqui )
-Fora isto, dê uma olhada também neste post de Mainardi no Farrazine sobre o herói italiano do sobrenatural, Dylan Dog e os dois filmes a seu respeito.
-Tem também um texto meu sobre o Godzilla.
c)Encaixe-se
- O conto “pequeno infinito” foi criado graças ou por culpa do blog do Labirintos no Sotão que deu a deixa: a artista plástica Gina Dinucci criou um blog-jogo-projeto-coletivo (“encaixe” como lhe aprouver).
Funciona assim: Temas serão jogados no ar e quem pegar contribuirá com sua peça. Todas as linguagens serão bem vindas e irão formar um grande JOGO de ENCAIXE, sem perdedores, sem ganhadores. O próximo tema deverá encaixar-se ao tema anterior, formando assim um JOGO INFINITO.
O tema do primeiro encaixe-se é: INFINITO. Tem mais gente participando.
Conheça melhor a proposta acessando:
http://encaixe-se.blogspot.com/ ou envie a sua proposta para: ginad0711@yahoo.com.br