quinta-feira, 1 de julho de 2010

a ilha




Não há necessidade de passaporte ou de visto: basta prestar atenção.


Não existem voos regulares para a ilha. Assim como inexistem estações climáticas ou vegetação típica; também não há mar ao redor, tampouco por baixo ou por cima. Entretanto, a ilha cerca os oceanos por todos os lados. O relevo seria marcado pela sombra de um vulcão, que nada mais é que uma montanha oca. Entretanto, não adiantam rochedos ou mirantes: cadê as paisagens? as praias? os fortes? O sol não nasce ou se põe e as estrelas, tanto do céu como equinodermas, ausentaram-se da noite. Apesar disso, sempre chegam visitantes. Um tanto aturdidos, é verdade. Alguém propõe um piquenique, mas não chove, não há formigas e nem se fala de grama para repousar a cabeça perante o azul.


A ilha é um rumor persistente e contínuo, um tártaro a corroer dentes até chegar aos ossos, assim afirmam os geógrafos.






(Imagem:? Encontrei AQUI, onde tem um monte de gente pelada)

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