quinta-feira, 31 de maio de 2018
Contos & Causos do Pinheirão
O incêndio e desabamento do Edifício Wilton Paes de Almeida no começo de maio de 2018 me fizeram lembrar do livro Contos e Causos do Pinheirão.
Entre 2015 e 2016, participei do coletivo Armário do Mário: Ocupação Literária, capitaneado por Luiz Bras. A ideia era criar diversos contos e histórias em um mesmo ambiente, em um mesmo universo.
O ambiente escolhido foi o Pinheirão. Também conhecido pelo nome chique: Golden Tower Pinheiro Plaza. Arranha-céu fictício próximo à Marginal Pinheiros, cuja construção foi interrompida e, posteriormente, ocupado/invadido por pessoas sem teto e sem moradia (A torre inacabada foi livremente inspirada num edifício real, a Torre de David, um edifício de 45 andares em Caracas que foi invadido por 3 mil pessoas).
Foram sugeridos e desenvolvidos diversos personagens. Havia Solange, a professora de dança. O grafiteiro cadeirante Samuca. Pai Dedé de Oxumaré. O emigrante congolense René. Pirata, o vira lata. Cunha, um fascista abandonado pela mulher e sua problemática filha, Luzia. Babel, vegetariana e canibal. O advogado Doutor D’Alembert. A moradora de rua Berenice. Pilha. E toda uma renca de figuras bizarras (Uns já nem lembro mais... Havia uma capivara?).
Foi bem divertido criar e brincar com essa galera. Vários contos foram criados, mas apenas um de cada autor foi eleito para embarcar na coletânea produzido ao final da Oficina. Os contos que não couberam no livro foram para o blog do Projeto.
Como já se passou algum tempo e minha produção anda magérrima e sem sinal de reação (acho que morri) vou postar aqueles meus contos desse projeto aqui no meu blog com a tag Pinheirao .
(A imagem é uma obra do @carcarah realizada em 2016 ; fotografia retirada do instagram)
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quinta-feira, 12 de abril de 2018
Onirogrito
Deus é foda
1
Deus é foda.
2
Se Ele existe precisa
ser infinito, cobrir tudo que existe, existiu e existirá. Precisa
ser o mesmo para os muçulmanos, para os judeus, para os cristãos,
para os budistas, para os xintoístas. Um Deus único para as formigas, para os porcos, para
as vacas, para os párias. Para as vítimas e para os assassinos.
Uns guardam a sexta-feira, alguns guardam o sábado, outros o domingo, a segunda fica desprotegida.
Uns guardam a sexta-feira, alguns guardam o sábado, outros o domingo, a segunda fica desprotegida.
3
Deus não precisa ser
único. Mas aí Ele não seria infinito. Haveria um vácuo
delimitando Ele do resto dos demais deuses. Feito água e óleo. Deus
não sendo único explicaria uma série de questões, porque às
vezes ISTO, porque às vezes AQUILO. Mas criaria outros problemas.
Provavelmente, seriam indiferentes a você. Estariam mais
preocupados no relacionamento interdivino. Talvez discutissem uns com
os outros, talvez imaginassem que acima deles houvesse um Outro
único. Certamente ergueriam Igrejas e Templos buscando a atenção
deste Outro maior, a última camada das cascas de cebola.
4
Deus é grande,
onipotente, onisciente. Imagine-se Deus: alguém capaz de
interferir em cada célula do seu corpo, cada cabelo, cada fio, no
funcionamento dos neurônios, no crescimento das unhas, no bater do
coração. Alguém assim estaria muito longe da experiência humana. Não haveria proximidade. O
que poderíamos dizer sobre um Deus assim? Seria um Deus com o qual
haveria diálogo?
Sem diálogo, a quem
interessaria Deus?
4,5
Se Deus cabe no
Universo, não cabe em nós. Se cabe em nós, é pequeno para o
Universo.
5
O pássaro cuco invade
ninhos de outras aves, bota seu ovo ali, que é criado e alimentado
pelos pais adotivos. O crocodilo protege seus filhotes na boca. Entre
os leões, quando há uma mudança na liderança do grupo, o novo
alfa canibaliza os antigos filhotes o que fará as mães entrarem
imediatamente no cio. A ostra vive na concha. O plâncton vive solto.
O mosquito vive de sangue. O colibri vive da flor.
Santo Isidoro escreveu
um bestiário e das observações da natureza depreendia lições,
pois se acreditava que tudo que existia possuía um propósito. Já
não vemos mais sentido.
A natureza revela que
existem muitas possibilidades, muitas vezes antagônicas, contrárias
e que todas podem funcionar, de acordo com um contexto.
Deus não é a Palavra.
São muitas. É o sim, o não, o talvez e o silêncio. Simultâneo.
Sendo assim, a Fé é
impossível e inviável. A Fé é o paradoxo.
6
Ou se tem Fé ou não
se tem.
Um pensador árabe
tentou alcançar Deus pela lógica. Quase enlouqueceu. Ao vê-lo em
depressão, um amigo sugeriu que frequentasse as cerimônias e os
rituais de música, dança e transe dos sufistas. A emoção o levou
mais perto de Deus.
Quando os cruzados
cristãos catapultavam as cabeças sarracenas sobre as muralhas, eles
também estavam cheios de emoção. Pertos de Deus e longe do
sentimento.
Paixão e razão são
facas sem cabo e sem guarda, tanto ferem quanto cortam.
7
Outros também
esperavam cirurgias. A maioria dedilhava algo nos celulares, checava
Facebook, conferia e-mails. Monitores coloridos para preencher
olhares vagos. Meu tio não é tecnológico. Estava com uma agenda de
papel na mão, onde marcava compromissos e telefones. Numa página em
branco, ele começou a rabiscar um desenho. Nunca soube que meu tio
soubesse desenhar. Traços retos e losangos formaram uma planta.
Esticou linhas para levantar paredes. A gente esperou seis horas no
hospital. Revezávamos para tomar um café. Contávamos piadas. Do
outro lado da rua, passou um sujeito com uma sonda. Perguntei a meu
primo o que era aquele desenho. Ele explicou: uma casa. Eles tinham
um terreno em Buri. Buri? Onde fica? Longe pra caralho. Um sitiozinho
para passarem a velhice. Então eu entendi. Não era um desenho. Era
uma prece.
8
Ela sobreviveu algumas
semanas. Continuei indo lá, estava desempregado e esperando os
resultados do vestibular. Em um destes dias, fiquei fumando em uma
rua estreita, paralela ao hospital. Não era uma passagem
movimentada. O sol se punha atrás de mim e refletia nas janelas do
edifício, feria de luzes minha vista. Enquanto isto eu escutava um
choro insistente, um grito, poderia ser alguém morrendo, poderia ser
frescura, poderia ser minha tia. Era bonito e terrível.
Foi aí que percebi.
Deus é foda. Como toda boa foda, não tem palavra que dê conta. Não
tem razão ou explicação. Emoção pode estragar tudo. É um
diálogo, mas não tem nenhum diálogo. É se abrir para a violência,
se abrir para o arregaço.
Deus é foda, mas
queremos chamar de amor.
(fotografia Balthazar Korab)
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quinta-feira, 8 de março de 2018
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sexta-feira, 1 de dezembro de 2017
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quinta-feira, 12 de outubro de 2017
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sexta-feira, 25 de agosto de 2017
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quarta-feira, 21 de junho de 2017
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segunda-feira, 12 de junho de 2017
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sexta-feira, 3 de março de 2017
Telegramas
"
...não sei dizer por que trauma terrível ele passou, ou que
privações sofreu. Levamos a chamada vida boa, não é?
Talvez seja disso que ele sente raiva.
Por que a riqueza haveria de irritá-lo?
Talvez ele sinta raiva por não haver nada melhor que isso. Sua
casa grande. A boa escola dele. De certo modo, acho que é muito difícil para as
crianças, hoje em dia. A própria prosperidade do país se tornou um fardo, um
beco sem saída. Tudo funciona, não é? Pelo menos, se o sujeito for branco e de
classe média. Então, muitas vezes deve parecer aos jovens que eles não são
necessários. Em certo sentido, é como se não houvesse mais nada para fazer.
Exceto destruir tudo.
Sim. E a gente vê os mesmos ciclos na História. Não são só
as crianças.
"
Precisamos falar sobre o Kevin
Leonel Shriver
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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017
Achados
Alegoria sobre governar uma nação. Pieter van der Borcht, 1578
Via Monster Brains
b)William Adams, a vida real do inglês que inspirou Shogun, de James Clavell.
Pra quem não sabe/não lembra, o livro Shogun conta a história de um navegador inglês que vai parar no Japão do século XVI, em plena crise política. O livro é de meados da década de 70, foi um tremendo best-seller, virou série de TV e deu origem a um certo niponismo (ampliado na década de 80 por outros fatores). Bom, a história toda é baseada em eventos históricos. Pode ser uma boa leitura paralela, já que se aproxima o lançamento do filme Silêncio, do Scorcese.
c)Representação de doentes na história da arte, pela Beluga.
"A lepra, ou Hanseníase, por exemplo, era uma das doenças que mais se associava com pecado, com a condenação divina exactamente por causa das deformações que provocava. Desfigurava de tal forma quem dela padecia que de facto só podia ser um castigo divino por algum pecado cometido pelo doente ou pelos que lhe deram vida. Ficou retratada em algumas obras de arte (não muitas) e sempre da mesma forma: como se o doente tivesse sarampo. O primeiro deverá ter sido Job cuja doença Deus permitiu através de Satanás. Em algumas representações Job encontra-se a raspar as feridas e Satanás a respirara sobre ele, deixando assim a perceber a importância da teoria miasmática que defendia que os maus ares eram responsáveis pela propagação da doença e que vinha directamente das fontes médicas do Cristianismo primitivo: Hipócrates e Galeno. Este tipo de medicina era baseada na teoria dos humores do corpo humano, dos elementos, bem como dos mapas astrológicos. As doenças, esta e outras, eram curadas com ervas, cuja adequação dependia também dos elementos da própria; ou seja, era tudo pouco científico. Um dos episódios mais conhecidos é o do Imperador Constantino que padecia desta doença. Consultando os sábios, este disseram-lhe que o remédio estaria no banho em sangue de três mil inocentes, mil crianças. O Imperador não aceitou esse tipo de cura e acabou por ser curado por São Silvestre que lhe apareceu em sonhos. Esta terá sido uma das razões para a conversão de Constantino ao Cristianismo. A outra, digo eu, deverá ter sido os benefícios políticos que isso lhe trazia."
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sexta-feira, 20 de janeiro de 2017
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sexta-feira, 9 de dezembro de 2016
Escadas
nº20: horário de pico
Uma hora e um minuto
depois do final do expediente, Maria pegou a bolsa, apagou a luz,
fechou o escritório. Esperou dois minutos para pegar o elevador.
Apertou o térreo, mas o elevador parou três vezes em seu percurso
para baixo e em cada uma destas vezes, entraram quatro Marias,
vestidas de forma idêntica, com as mesmas bolsas e os mesmos nomes
nos crachás. O elevador ficou lotado, fazendo disparar o alarme. As
mulheres saíram no térreo, pretendiam ir para casa. Delas, cinco
Marias rumaram para o metrô, as demais foram para o ponto de ônibus.
No caminho para a estação do metrô, entretanto, seria necessário
atravessar seis cruzamentos e durante a espera dos minutos para a
mudança dos semáforos e a passagem dos pedestres, ajuntaram-se a
elas outras sete Marias. Oito Marias pararam para comprar cigarro na
banca, nove Marias encostaram em um vendedor de milho verde, dez
Marias ficaram olhando vitrines de sapatarias. Vinte Marias desceram
as escadarias para a estação e estas esbarraram em outros onze
grupos de vinte, o que perfazia um total de duzentos e quarenta
Marias distribuindo-se entre doze catracas. Todavia as filas se
misturavam com a multidão de usuárias, paralisando as pessoas em um
congestionamento de Marias. Para evitar tumultos, os funcionários do
metrô desligaram as escadas rolantes para tentar conter aquela
invasão bacteriana. Treze turmas de vinte e uma Marias
acotovelavam-se e se apertavam nas escadas rolantes, catorze Marias
perderam sapatos, quinze perderam crachás e celulares foram furtados
de dezesseis Marias. Os funcionários do metrô chamaram o serviço
de segurança e estes chamaram a tropa de choque para desimpedir a
passagem e restabelecer o fluxo de passageiros. Mas isto seria
impraticável. Conforme os próprios funcionários acompanhavam pelas
câmeras de segurança, ao abrirem as vinte e oito portas das
composições, desembarcavam centenas de Joões, que tentavam chegar
àquela mesma escadaria, onde milhares de pessoas se encontravam, se
apaixonavam ou se odiavam, se beijavam ou se matavam, prejudicando a
livre circulação de pessoas e mercadorias durante o horário de
pico.
Difícil volta para
casa, anunciavam os jornais noturnos.
(aprés Killofer et
Kafka)
(Retomando Encontros nas Escadarias)
(Retomando Encontros nas Escadarias)
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sexta-feira, 2 de dezembro de 2016
Escadas
nº09: Amor, um clichê gasto e surrado
Desculpe a insistência, mas esta história gira em torno de um golpe de sorte. Pois nem a imaginação mais fértil acreditaria em uma mudança tão radical no clima, da água para o vinho. Amanhecera um sol de rachar, promessa de um belo dia, sem nada a temer. Porém, lá pelo meio da tarde, armou uma forte tempestade, de gotas grossas. Um toró torrencial, de espantar cães e gatos. Maria se viu em maus e molhados lençóis, pois caminhava na cidade sem a prudência de um guarda-chuva. Vinda de local incerto e não sabido, decidiu tomar o metrô.
No subsolo, subindo para o exterior, vinha João, livre, leve e solto. Acabara de sair da composição e nem imaginava como estaria o clima lá fora. Estava feliz da vida, sem maiores preocupações, quem sabe nem se importasse com as nuvens ameaçadoras, quem sabe se arriscasse em um banho de chuva.
De tanto bater perna, Maria finalmente bateu de frente com João. Ou de lado, para ser mais exato: Maria descia a escada rolante e João, à sua direita, subia a escadaria fixa. Olharam-se, olhos nos olhos, e por um segundo sentiram-se inebriados e inebriantes pela paixão à primeira vista.
Pelas regras – sempre tão usadas e abusadas - do lugar-comum, eles deveriam continuar hipnotizados um pelo outro, iniciariam uma conversa afável, uma leve simpatia que se converteria em um amor pesado, daqueles para sempre, flechados pelo cupido da linha do metrô. A velha história de terminar em um final feliz.
Mas (sempre existe um "mas"), em um segundo olhar, analisaram-se melhor: eram jovens e bonitos, porém uma beleza comum, trivial, espécimes vulgares. Estavam em pé de igualdade com qualquer um. Julgavam-se especiais, melhores do que realmente eram; portanto, esperavam mais, alguém que não se encontra assim, à toa, dentro de uma estação de metrô. Decidiram ignorar-se solenemente e seguiram para um em seu caminho, em sentidos diametralmente opostos. Os dois em busca de seu gran finale particular.
(Essa história não teria sido possível sem a participação essencial de “O Pai dos Burros” de Humberto Werneck. Hm... Ou talvez tivesse, mas não de propósito)
Desculpe a insistência, mas esta história gira em torno de um golpe de sorte. Pois nem a imaginação mais fértil acreditaria em uma mudança tão radical no clima, da água para o vinho. Amanhecera um sol de rachar, promessa de um belo dia, sem nada a temer. Porém, lá pelo meio da tarde, armou uma forte tempestade, de gotas grossas. Um toró torrencial, de espantar cães e gatos. Maria se viu em maus e molhados lençóis, pois caminhava na cidade sem a prudência de um guarda-chuva. Vinda de local incerto e não sabido, decidiu tomar o metrô.
No subsolo, subindo para o exterior, vinha João, livre, leve e solto. Acabara de sair da composição e nem imaginava como estaria o clima lá fora. Estava feliz da vida, sem maiores preocupações, quem sabe nem se importasse com as nuvens ameaçadoras, quem sabe se arriscasse em um banho de chuva.
De tanto bater perna, Maria finalmente bateu de frente com João. Ou de lado, para ser mais exato: Maria descia a escada rolante e João, à sua direita, subia a escadaria fixa. Olharam-se, olhos nos olhos, e por um segundo sentiram-se inebriados e inebriantes pela paixão à primeira vista.
Pelas regras – sempre tão usadas e abusadas - do lugar-comum, eles deveriam continuar hipnotizados um pelo outro, iniciariam uma conversa afável, uma leve simpatia que se converteria em um amor pesado, daqueles para sempre, flechados pelo cupido da linha do metrô. A velha história de terminar em um final feliz.
Mas (sempre existe um "mas"), em um segundo olhar, analisaram-se melhor: eram jovens e bonitos, porém uma beleza comum, trivial, espécimes vulgares. Estavam em pé de igualdade com qualquer um. Julgavam-se especiais, melhores do que realmente eram; portanto, esperavam mais, alguém que não se encontra assim, à toa, dentro de uma estação de metrô. Decidiram ignorar-se solenemente e seguiram para um em seu caminho, em sentidos diametralmente opostos. Os dois em busca de seu gran finale particular.
(Essa história não teria sido possível sem a participação essencial de “O Pai dos Burros” de Humberto Werneck. Hm... Ou talvez tivesse, mas não de propósito)
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sexta-feira, 11 de novembro de 2016
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sexta-feira, 28 de outubro de 2016
Escadas
nº 28: Receita
Ingredientes
1 Maria
1 João
1 estação subterrânea de metrô
1 composição com sete vagões
1 plataforma
2 escadarias. Uma fixa e outra rolante, descendo.
1 encontro
Preparação
1) Apresente Maria, preferencialmente mulher. Coloque-a na estação e deixe-a cozinhando em fogo baixo no caminho para a plataforma.
2)
Passe para João, escolha homem, se possível.
Tampe-o no trem, só liberando na plataforma quando as portas automáticas
abrirem.
3)
Leve os dois para as escadarias. Com cuidado,
faça Maria descer a rolante para a plataforma e pique João degrau acima, rumo à
saída.
4)
Agora prepare o encontro. Reserve metade para
Maria e a outra para João. Gire lentamente até formar um pequeno monte, sem se
misturar. Bata com uma colher de pau, de cima para baixo e de baixo para cima
até chegar ao ponto, um creme consistente e liso. Cuidado, pois desanda com
facilidade.
5)
Finalmente, o acabamento. Se eles se conhecem,
se dá certo, se há futuro ou só um muro, tudo isso é tempero. Vai à gosto,
conforme o caso.
6)
Servir frio, se possível.
(como costuma acontecer quando estou desinspirado, recorro a alguma tarefa antiga... como no caso: Escadas)
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