Convite:
Dia 20 de outubro, das 17h30 às 21h30, com som ao vivo de Cláudia Vaz e Celso Ribeiro, acontece o coquetel de lançamento de meu livro O grito do sol sobre a cabeça.
Inclui o conto vencedor do prêmio Hydra de 2012: (História com desenho e diálogo). O
Concurso Hydra de Literatura Fantástica Brasileira, uma parceria entre a
revista eletrônica norte-americana Orson Scott Card’s Intergalactic
Medicine Show e o website brasileiro A Bandeira do Elephante e da Arara,
visa expor o melhor da literatura fantástica brasileira para leitores
em língua inglesa do mundo inteiro.
O conto recebeu tradução para o
inglês e foi publicado na revista eletrônica Orson Scott Card’s
Intergalactic Medicine Show.
Além deste, o livro reúne boa parte de minha produção de contos.
Apareçam!
Abaixo, o texto da orelha escrito por Caio Silveira Ramos (autor de “Sambexplícito – As vidas desvairadas de Germano Mathias”):
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Prepare-se para morrer.
Brontops Baruq aponta para nossos olhos
seu livro solo O grito do sol sobre a cabeça e não nos deixa nenhuma
esperança. Seus contos ultrapassam a fronteira do imaginário e nos
violentam com o real presente-passado- -futuropresente-futuropassado-
-futurofuturo, desorganizando nossos labirintos e liberando dezenove
minotauros famintos.
Talvez por isso, o crítico Marco Avinhão
Minerdi tenha escrito: “(…) exceto pelo Baruq que evoca Spinoza – e os
não deuses do autor são alimentados pela mão desse filósofo – tudo mais
não existe: ‘Brontops’ não é um dinossauro, e equivoca-se quem o
classifica como autor de ficção científica: se em seus textos há ‘ficção
fantástica’, ele (ou alguém) se utiliza do rótulo ‘científica’ talvez
para atrair incautos fãs de Star Wars. No fundo, Brontops vale-se do
universo fantástico para expor sua desilusão sobre política, religião,
moralidades e a (des)necessidade de deus. Há quem se fascine por suas
(pré)visões de futuro ou de seus cenários apocalípticos, mas tudo é
simulacro para provocar, questionar desde padrões de sexualidade até o
desejo de perder-se de si e dos outros. ‘Brontops Baruq’ talvez nem seja
homem, mulher, hermafrodita, ruminante ou mutante do transfuturo: deve
ser uma invenção, algo que não existe de fato ou só vive no delírio de
alguém. Eu o odeio: ele me sentenciou à morte”.
Desvarios à parte, o escritor utiliza
todo seu arsenal de forma e de conteúdo recolhido durante anos de
mergulho insano nas mais diversas literaturas, inclusive na dos
quadrinhos. Os enredos perturbadores nascem não só dos livros lidos e
imaginados: eles brotam de uma curiosidade compulsiva, que revira TV,
cinema, arte, zoologia, internet e bizarrices.
Brontops, de fato, vai além dos rótulos
ou gêneros, ficção científica ou fantástica e, se por acaso se utiliza
deles, é para amadurecê-los. Ou corrompê-los. Por isso, o sol grita
sobre a cabeça que a literatura está nua. Mas o próprio sol e a cabeça
também estão. Assim como Noé igualmente está, mesmo sem ter se
embriagado desta vez. E Spock corre nu segurando as orelhas. Não há mais
tempo: como o hipopótamo de Brás Cubas, Brontops atravessa os tempos e
invade a minha sacada. Não, não é um pesadelo, nem existem emplastos
salvadores. Ameaçador, ele me condena ao futuro infinito: prepare-se
para viver.
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