Ritual de lo habitual
( Não sou artista. Odeio quem se diz artista. Ou melhor, odeio quem se diz Artista. Eu não tenho, não desenvolvi, não sei se vou ter um ritual para escrever. Trabalho, tenho filhos, etc. Escrever não é meu "viver". Escrever não é viver. Assim, procuro me adaptar às circunstâncias.
Escrever no metrô funciona, desde que haja lugar para sentar (e não há mais). Computador, às vezes funciona, desde que a ideia me absorva, desde que esteja calmo. Caderno e esferográfica funcionam muito bem, quando precisa ser "jorrado". O papel propõe um ritmo.
Quando a coisa complica nos becos sem saída ou na falta de inspiração, posso ficar meses, (anos?), com a ideia na cabeça, esperando algo que a faça funcionar ou lendo coisas para alimentar, sustentar aquilo que julgo fraco.
Poesia areja, ajudou a me tirar de atoleiros. Assuntos completamente diferentes também já me ajudaram. Desenhar também funciona. Andar. Tomar banho. Dormir. Assistir TV.
Mas meu maior problema - atualmente - é ser interrompido. Se não conseguir ir até o ponto que preciso, depois é muito difícil retomar. Isto me faz escolher alguns horários complicados para escrever (o que nem sempre funciona).
Recentemente li sobre a técnica do Antonio Lobo Antunes, de deixar uma "frase em suspenso" pra continuar depois. Me pareceu uma boa. Dia destes, se der tempo, se eu puder, se eu houver algo relevante pra dizer, vou tentar.
Apaixonar-se costuma atrapalhar. Então evito.)
(Escrevi inicialmente aqui, no fórum Meia Palavra. Depois, mudei de ideia e trouxe pra cá. No blog de Michel Laub, pode-se encontrar uma compilação com as manias - ou a falta de manias - de 100 escritores brasileiros. Imagem ??? - via Popholic)
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