sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Escadas



nº17: Prova



Responda as questões abaixo baseado no conto lido anteriormente:

1)Quem é a menina que se dirige ao metrô? Para onde ela vai?
R:_________________________________________________
___________________________________________________


2)Por que ela usa uniforme escolar se é sábado?
R:_________________________________________________
___________________________________________________


3)Quem é o personagem que irá descer na mesma estação da menina? Para onde ele vai?
R:_________________________________________________
___________________________________________________


4)Por que ele carrega um capacete cor-de-rosa na mão?
R:_________________________________________________
___________________________________________________


5)O que ela pensa enquanto desce a escada rolante? Por que ela não está teclando seu celular?
R:_________________________________________________
___________________________________________________


6)O que faz João parar enquanto sobe a escadaria?
R:_________________________________________________
___________________________________________________


7)Complete a frase abaixo, de acordo com sua interpretação.

Quando os olhares dos dois jovens se cruzam, eles________________________________.


8)O que João disse para Maria sobre extintores de incêndio? Por quê?
R:_________________________________________________
___________________________________________________


9)Maria respondeu furiosa “A melhor história é sempre aquela que ainda está na sua cabeça, aquela que ainda não foi para o papel.” Relacione esta resposta com os eventos ocorridos na rave durante a madrugada.
R:_________________________________________________
___________________________________________________


10)Você aprovaria a ação da polícia, alvejando João dentro do vagão antes que pudesse reagir? Justifique.
R:_________________________________________________
___________________________________________________





(imagem pelo Flickr)

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

o grito do sol sobre a cabeça




Convite:






Dia 20 de outubro, das 17h30 às 21h30, com som ao vivo de Cláudia Vaz e Celso Ribeiro, acontece o coquetel de lançamento de meu livro O grito do sol sobre a cabeça.
 
Inclui o conto vencedor do prêmio Hydra de 2012: (História com desenho e diálogo). O Concurso Hydra de Literatura Fantástica Brasileira, uma parceria entre a revista eletrônica norte-americana Orson Scott Card’s Intergalactic Medicine Show e o website brasileiro A Bandeira do Elephante e da Arara, visa expor o melhor da literatura fantástica brasileira para leitores em língua inglesa do mundo inteiro. 

O conto recebeu tradução para o inglês e foi publicado na revista eletrônica Orson Scott Card’s Intergalactic Medicine Show.

Além deste, o livro reúne boa parte de minha produção de contos.

 Apareçam!

Abaixo, o texto da orelha escrito por Caio Silveira Ramos (autor de “Sambexplícito – As vidas desvairadas de Germano Mathias”):



"
Prepare-se para morrer.

Brontops Baruq aponta para nossos olhos seu livro solo O grito do sol sobre a cabeça e não nos deixa nenhuma esperança. Seus contos ultrapassam a fronteira do imaginário e nos violentam com o real presente-passado- -futuropresente-futuropassado- -futurofuturo, desorganizando nossos labirintos e liberando dezenove minotauros famintos.

Talvez por isso, o crítico Marco Avinhão Minerdi tenha escrito: “(…) exceto pelo Baruq que evoca Spinoza – e os não deuses do autor são alimentados pela mão desse filósofo – tudo mais não existe: ‘Brontops’ não é um dinossauro, e equivoca-se quem o classifica como autor de ficção científica: se em seus textos há ‘ficção fantástica’, ele (ou alguém) se utiliza do rótulo ‘científica’ talvez para atrair incautos fãs de Star Wars. No fundo, Brontops vale-se do universo fantástico para expor sua desilusão sobre política, religião, moralidades e a (des)necessidade de deus. Há quem se fascine por suas (pré)visões de futuro ou de seus cenários apocalípticos, mas tudo é simulacro para provocar, questionar desde padrões de sexualidade até o desejo de perder-se de si e dos outros. ‘Brontops Baruq’ talvez nem seja homem, mulher, hermafrodita, ruminante ou mutante do transfuturo: deve ser uma invenção, algo que não existe de fato ou só vive no delírio de alguém. Eu o odeio: ele me sentenciou à morte”.

Desvarios à parte, o escritor utiliza todo seu arsenal de forma e de conteúdo recolhido durante anos de mergulho insano nas mais diversas literaturas, inclusive na dos quadrinhos. Os enredos perturbadores nascem não só dos livros lidos e imaginados: eles brotam de uma curiosidade compulsiva, que revira TV, cinema, arte, zoologia, internet e bizarrices.

Brontops, de fato, vai além dos rótulos ou gêneros, ficção científica ou fantástica e, se por acaso se utiliza deles, é para amadurecê-los. Ou corrompê-los. Por isso, o sol grita sobre a cabeça que a literatura está nua. Mas o próprio sol e a cabeça também estão. Assim como Noé igualmente está, mesmo sem ter se embriagado desta vez. E Spock corre nu segurando as orelhas. Não há mais tempo: como o hipopótamo de Brás Cubas, Brontops atravessa os tempos e invade a minha sacada. Não, não é um pesadelo, nem existem emplastos salvadores. Ameaçador, ele me condena ao futuro infinito: prepare-se para viver.
 "

sábado, 13 de outubro de 2012

Telegrama

Inversão 






Embora eu sempre tenha odiado jardins zoológicos e na verdade achado suspeitas as pessoas que os visitam, não escapei de ir certa vez ao zoológico de Schönbrunn e, a pedido de meu acompanhante, um professor de teologia, deter-me diante da jaula dos macacos para observar aqueles aos quais ele, meu acompanhante, alimentava com a comida que, para esse fim, tinha levado no bolso. O tempo passou e o professor de teologia que me pedira que fosse com ele a Schönbrunn, um ex-colega de faculdade, já havia dado aos macacos toda a comida que trouxera consigo, quando, de repente, os próprios macacos, por sua vez, puseram-se a coletar a comida que se espalhara pelo chão e, através das grades da jaula, ofereceram-na a nós. O professor de teologia e eu ficamos tão chocados com o súbito comportamento dos macacos que, no mesmo instante, demos meia-volta e partimos de Schönbrunn pela primeira saída que encontramos.



Thomas Bernhard . Extraído de "O Imitador de Vozes"

Imagem Jeremy Enecio.







quinta-feira, 11 de outubro de 2012

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Achados







a)Cirqueee:

Equilibristas, contorcionistas, acrobatas, trapezistas, malabaristas, pole dancing... tudo isto no tumbrl do Cirqueee.


b)A Margarida e o Mestre

Série de TV assistida por mais de 40 milhões de espectadores russos em 2005, baseada na obra de Mikhail Bulgarov.
Legendas em português

Via (agora estou confuso) o antigo Coisas do Arco da Velha.+ o ótimo tumbrl QUACK.

c)Super-heroínas

No SUPERDAMES!

Com imagens como esta:


ou


(Ops)





d)Literary Dogs

Cães + algum importante.


(Desculpem a preguiça)

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Telegramas

BAD TRIP





a)Uma mega tristeza

(Christian Carvalho Cruz emulando uma teen. Publicado no Estadão em janeiro deste ano, com a história de uma garota brasileira que estava naquele naufrágio cretino do Costa Concordia. Lembram? Ou já é notícia velha?)

Trecho

"
Bom, tinha também a primeira vez de fazer um cruzeiro num daqueles naviozões enormes, com piscina, lojas, cinema, teatro, balada... E, o mais importante, o motivo da minha volta, da minha alegria e ansiedade (minha mãe até me deu floral antes do embarque em São Paulo, hehe), a primeira vez que eu via a Juliana desde o dia em que nos despedimos, ela chorando horrores, na minha partida um ano e pouco atrás. Super hiper melhor amiga, a Juliana. Nos conhecemos no colégio em Barcelona, ela recém-chegada da Colômbia, meio perdida e isolada. Como eu no começo.

Gente, vocês não têm noção do inferno que pode se transformar a adaptação de um adolescente estrangeiro num país que não é o dele. Com o tempo melhora, mas até lá, afff!

A Juliana ia fazer 15 anos em 12 de janeiro e ganhou de presente dos pais uma viagem no Costa Concordia. Uma semana pelo Mediterrâneo com a família toda e direito a levar uma amiga - no caso, eu \o/. Do dia 9 ao 16. Só que tinha uma maldita sexta-feira 13 no meio. Cheguei a Barcelona no dia 2, e como tínhamos muuito tempo livre antes de subir no navio, aproveitamos basicamente para:

1) Fazer corujão (passar a noite conversando e só dormir quando o sol nasce).

2) Ir ao kart perto da minha ex-casa, que era o nosso programa preferido. Dessa vez, achei engraçado poder usar os carrinhos grandes, de adulto. Antes a gente só andava nos de criança. Caraca, cresci!

3) Comprar o meu primeiro salto alto da vida, porque no navio rola noite de gala. Tive que praticar pra não cair, UHUAHUAHUA... Eu tinha um vestido longo na mala, vermelho, e a mãe da Juliana me deu outro, dourado, pro jantar de aniversário a bordo.

4) O melhor de tudo: ficar vendo na internet uns vídeos do Costa Concordia. Muuuito tops! A gente riu bastante dos elevadores panorâmicos que subiam e desciam por trilhos iluminados por lâmpadas verdes. E foi aí que a Juliana inventou a expressão que depois a gente repetia toda hora que via uma coisa legal na viagem: "guuaauuuu!"

Assim que embarcamos eu e a Juliana corremos pros elevadores. Apertamos todos os botões e em cada andar entrava alguém falando um idioma diferente. Só muito tempo e risadas depois é que fomos pra nossa cabine. Ela ficava no lado direito do navio, bem o que tombou. Número 2.405, piso Suécia, que era o nome do segundo andar do Costa Concordia. Ficamos numa Suécia esquisitamente localizada em cima da Holanda e embaixo da Bélgica - meio diferente das aulas de geografia, hehe. Ainda mais pra cima, tudo empilhado, ficavam Grécia, Itália, Grã-Bretanha, Irlanda, Portugal, França, Alemanha e Espanha no topo \o/\o/. Na nossa cabine não rolava varanda, mas ela tinha um janelão onde cabíamos nós duas sentadas. Passamos os melhores momentos da viagem ali, vendo o mar, rindo e combinando como faríamos pra nos ver de novo quando as férias acabassem e eu voltasse pro Brasil.

A tal noite de gala, que acontecia em dias alternados, não era nada demais, tirando o fato de a gente ter que se produzir toda. E só pra jantar, hehe. Eu e a Juliana saíamos da cabine meio envergonhadas. Cabelo, unha, longo, salto alto... E ainda tinha um moooonte de gente circulando de sunga e maiô, UHUAHUAHUA. Depois da refeição, os adultos dançavam um pouco no restaurante e no final todos cantavam Volare, ô-ô, Cantare, ô-ô-ô rodopiando os guardanapos de pano no ar. Divertido até ;-). Numa dessas noites, antes do jantar, fomos pro teatro. O comandante do navio ia se apresentar aos passageiros. O teatro ficou lotado, e olha que era beeeem grande, três andares. O capitão apareceu no palco, junto com a equipe dele. Falou primeiro em italiano, depois em inglês e espanhol. Se apresentou, apresentou os colegas e desejou boa viagem. Só isso. Foi mega aplaudido, parecia Domingão do Faustão. Umas pessoas gritavam, assoviavam, U-HU!, tipo, "esse cara é bom!" Na hora eu não prestei atenção no nome dele, mas depois de tudo não esqueço mais: Schettino. Schettino cretino. :-(

Fizemos muitos amigos a bordo, e passávamos o dia inteiro circulando. Teen Zone, piscina, lojinhas, o deck. O navio é mesmo uma cidade. Mas tínhamos que estar no restaurante Milano às 9 horas para jantarmos juntos. Era uma ordem dos pais da Juliana. E, pensando agora, vejo como foi importante essa ordem, porque quando tudo aconteceu não tinha ninguém do nosso grupo de 15 pessoas em outra parte do navio. Estávamos todos no restaurante Milano, na mesma mesa, assim que o Costa Concordia bateu na pedra. E se vocês vissem a cara dos pais procurando os filhos que não estavam perto deles... Ai, foi muuuuito apavorante. A pior parte."





b)


No mundo do ócio, compras e viagens se tornaram fins em si porque são atividades de puro potencial – cheias de possibilidades e promessas. (...)

As viagens também se baseiam em expectativas. O novo destino será exótico, diferente, inesperado, e dali nascerá um novo ser transfigurado. Mas o novo lugar, embora provavelmente mais empolgante, não passa de outro lugar, com céu, edifícios, pessoas e árvores – e o self ansioso e triste insistiu em vir junto. Em “A Arte de Viajar”, Alain de Botton conta uma temporada de férias que passou no Caribe com uma namorada. Antes de partir, eles sonhavam com a harmonia que praias, mar azul, palmeiras e magnífico pôr do sol com certeza inspirariam, mas, assim que chegaram, começaram a discutir sobre o tamanho e a aparência das sobremesas servidas no restaurante. Ambos pediram a mesma sobremesa, mas a porção dele tinha uma apresentação melhor, enquanto a dele era maior. Ela trocou os pratos e se justificou alegando que fazia aquilo para agradar a ele, quando na verdade agradava a si mesma. Eles discutiram e voltaram ao hotel de mau humor, indiferentes ao glorioso cenário que deveria inspirá-los. Todos já tivemos experiências como essa – e convenientemente as esquecemos. Porque as próximas férias já estão planejadas e com certeza trarão a verdadeira felicidade.

Tal é a compatilibilidade entre comprar e viajar que as duas coisas andam cada vez mais juntas. Pode-se comprar no aeroporto, no avião, na estação de trem, no saguão do hotel e até mesmo no quarto do hotel via internet – mas naturalmente, tudo isso é só uma preparação para o principal: experiências de compras inteiramente novas no novo destino.

A combinação perfeita entre viajar e comprar, porém, é o cruzeiro de luxo. Na verdade, como o cruzeiro também envolve diversão e outros mimos, o navio é o símbolo perfeito da era contemporânea: um enorme palácio móvel do prazer, que transporta crianças crescidas, vestidas em roupas informais de cor pastel, circulando em uma série de lojas.

O relato hilariante e terrível de David Foster Wallace sobre um cruzeiro pelo Caribe, “A supposedly fun thing I´ll never do again”, é de um escrupuloso realismo documental, mas também uma fábula de nosso tempo – porque o cruzeiro apresenta, embora de maneira exagerada, todas as novas tendências culturais. Ali está a universal sensação de direito a privilégios – todo mundo acredita que merece aquelas férias mais do que ninguém. Ali está a infantil necessidade de ser mimado – o navio de cruzeiros oferece serviços dia e noite, prestados por um exército de diligentes funcionários. Ali está a incansável, quase fanática, alegria da equipe de serviço. Ali está a recusa a pensar dos passageiros infantilizados. Wallace observa:

“Ouvi cidadãos americanos de classe alta perguntarem ao funcionário na mesa de informações se para mergulhar com snorkel era preciso se molhar; se o tiro ao alvo móvel seria praticado ao ar livre; se a tripulação dormia a bordo; e a que horas seria servido o bufê da meia noite.”

Ali estão as infinitas oportunidades de compras a bordo e nos portos, e as infindáveis oportunidades de distração e entretenimento: piscinas, academias, instações para a prática de vários esportes (inclusive um local para treinamento de golfe), cassinos, piano bars, discotecas, cinemas e um salão de shows, onde se apresentam um imitador, um ilusionista, um casal que canta um pot-pourri de músicas da Broadway e um hipnotizador que alega ter colocado em transe a rainha Elizabeth II e o Dalai-Lama.


(A Era da Loucura, por Michael Foley, editora Alaúde. Outros trechos AQUI, no Grifando.)